Cidades
Rachaduras aumentam e preocupam moradores em Rio Novo
Órgãos públicos visitam residenciais e levantam possibilidades de conter problema para mais famílias não terem que deixar suas casas

As rachaduras no Residencial Vale do Amazonas, no bairro Rio Novo, em Maceió, seguem aumentando e os moradores da região estão preocupados com o agravamento da situação. A estudante Esterlane Tertuliano é moradora de um residencial próximo, o Vale do São Francisco, e tem medo que o problema chegue a sua casa.
“Eu vejo uma situação bem delicada, sei que demora para receber algum diagnóstico, mas a gente fica sem resposta durante esse tempo. Às vezes, nos chamam para conversar e às vezes, chamam só os afetados, mas, de certa forma, também fomos afetados. Não conseguimos pedir Uber, os comerciantes não estão conseguindo receber mercadoria. Estamos sem acesso e a rua que eu moro vai não vai tem vazamento. Quando chove, aí é que a gente fica com medo mesmo de surgirem rachaduras”, disse.

Na sexta-feira (26), uma reunião in loco, com todos os envolvidos, foi realizada para levantar possibilidades para que a situação em Rio Novo seja contida e outras famílias não tenham que deixar suas casas.
O agente de portaria Vanderlei Silva, que é um dos moradores do Vale do Amazonas que teve que desocupar sua residência no mês de julho, acompanhou a reunião e contou que cada órgão deve produzir um relatório sobre o caso.
“BRK, Seminfra, Construtora Uchôa, Caixa, Defesa Civil e outros órgãos realizaram a vistoria, olharam as vias que serão feitas para acesso ao Parnaíba e ao Vale do Amazonas e, através dessa vistoria, será feito um relatório por parte de cada órgão para levar à mesa do promotor, que vai avaliar”, afirmou.

Segundo Silva, na próxima terça-feira (30), a Caixa Econômica Federal (CEF) deve realizar o cadastro dos moradores das 24 unidades que foram evacuadas no mês de julho. “Até o momento, 16 moradores já estão com a documentação ok. A Caixa vem fazer o cadastro do pessoal e a realocação já está certa. A demora é porque primeiro é necessário a tramitação da documentação para depois realizar a realocação, mas já está tudo resolvido”, contou.
“Defesa Civil Nacional e CPRM vão estudar caso e apontar culpados”
Ainda de acordo com o morador Vanderlei Silva, a Defesa Civil Nacional e CPRM foram acionadas e, o mais importante, nesse momento, é a construção das vias alternativas para os moradores que continuam na região.
“Defesa Civil Nacional junto com a CPRM vêm fazer todo levantamento para chegarmos ao verdadeiro culpado. De imediato, ficaram de construir uma via de acesso, porque está havendo a necessidade urgente, mas também terá as demais que serão feitas com mais calma, por conta da estrutura. Um dia desses, teve uma senhora que adoeceu e teve que ser levada nos braços para pegar um carro porque não tem acesso”, afirmou.
Em nota, a Defesa Civil de Maceió disse que esteve mais uma vez, na última sexta-feira (26), no Rio Novo para monitorar a área e verificar se houve evolução no evento que está ocorrendo no Residencial Vale do Amazonas.
Além do monitoramento, junto com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), indicaram pontos para possíveis vias alternativas de acesso para os moradores que estão ilhados.
Após avaliação e autorização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet), a Seminfra iniciará a obra.
Já a BRK Ambiental informou que equipes de Operação e Engenharia estiveram no local para verificar as redes de água e esgoto da BRK no local, que também foram danificadas pela movimentação do solo.
Segundo a empresa, a situação ocorrida em Rio Novo não tem nenhuma relação com os serviços na região. Durante o período de chuvas, a umidade do solo provocou a erosão nas vias e ocasionou o rompimento da rede de água que abastece o bairro e a concessionária realizou o serviço de reparo emergencial para solucionar os danos causados às tubulações.
Procurada, a Caixa informou que tem acompanhado a situação do Residencial Vale do Amazonas e atuação das autoridades envolvidas para sua resolução. “Na próxima semana, o banco prestará atendimento aos beneficiários afetados pelos danos ocorridos no empreendimento, em conjunto com equipe de Assistência Social da Prefeitura, para apresentar a possiblidade de mudança para outros imóveis pertencentes ao Programa Casa Verde e Amarela no município de Maceió. Na ocasião, serão prestadas todas as orientações em relação aos trâmites necessários em caso de interesse do beneficiário”, destaca.
A reportagem também entrou em contato com a Construtora Uchôa, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.
Residente aponta que problema é antigo e se agravou
No mês de julho, dois blocos do Residencial Vale do Amazonas foram interditados, após o surgimento de rachaduras. Segundo o técnico em edificações Joabson da Silva, morador do Residencial Vale do Amazonas, o problema é antigo e vem desde a entrega do residencial.
“Isso é uma questão que vem desde a entrega dos apartamentos, que a gente procura as autoridades para resolver a questão de asfalto e rachaduras nos imóveis. Isso é desde 2017, 2018 e agora se agravou”, afirmou o morador.
Até o momento, a Defesa Civil de Maceió recomendou a desocupação de 12 blocos, totalizando 48 apartamentos, por risco de desabamento de forma abrupta. Seis blocos foram evacuados no mês de julho e os outros seis receberam a recomendação de desocupação na semana passada. Além das evacuações, o órgão também recomendou a demolição de oito apartamentos, para preservar a vida dos moradores dos demais blocos.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, o órgão acompanha a evolução da situação desde quando houve solicitação dos moradores no local, no dia 11 de julho, e, até o momento, não há indicação para novas demolições.
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