Brasil

Protestos no cemitério de Bebedouro

Vítimas da Braskem ficam sem missa de Finados e dizem que moradores dos bairros da região estão sendo discriminados

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 01/11/2023 08h24
Protestos no cemitério de Bebedouro
População protesta em frente ao cemitério de Bebedouro que, com fechamento, não terá programação este ano - Foto: Divulgação

Moradores dos bairros atingidos pelo afundamento do solo em Maceió, principalmente aqueles que residiam ou residem na região de Bebedouro, protestaram nas mídias sociais contra a exclusão da Missa de Finados no Cemitério Santo Antônio. “Conversando com os moradores do bairro, constatamos a decepção de todos com a exclusão do cemitério de Bebedouro da tradicional missa de Finados, na quinta-feira. Na minha opinião houve uma negligência muito grande, tanto por parte da prefeitura de Maceió como da Arquidiocese de Maceió, de excluir o cemitério do bairro atingido pela mineração da programação de Finados”, afirmou o professor Balbino.

“As vítimas da Braskem que tem familiares sepultados no Memorial Cemitério Santo Antônio de Bebedouro receberam com tristeza e indignação a exclusão da missa de Finados que era celebrada todos os anos neste cemitério mesmo com a desocupação do bairro. O cemitério está interditado há três anos sem nenhuma solução para os que possuem jazigo que foram lesados pela mineradora. Mas ele está aberto para visitação das famílias. Se temos um Memorial porque não celebrar a missa também lá? Não aceitamos o apagamento da nossa memória e da nossa existência”, afirmou Neirevane Nunes, coordenadora do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), em nota de protesto, postada ontem à tarde, nas mídias sociais.

Segundo ela, a Arquidiocese de Maceió divulgou a Santa Missa de Finados em todos os cemitérios de Maceió, nos públicos e nos privados, menos no Santo Antônio, em Bebedouro.

Para os integrantes do MUVB, os moradores da região dos Flexais, Bebedouro, Bom Parto, Mutange, Pinheiro e Farol, cujos entes queridos foram sepultados no cemitério Santo Antônio, “estão sendo discriminados, dentro de um processo de apagamento social”.