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O que se sabe sobre chacina de seis pessoas da mesma família na Bahia

Disputas por terras, latrocínio e vingança estão entre as linhas de investigação da polícia

Por G1 06/10/2023 11h55
O que se sabe sobre chacina de seis pessoas da mesma família na Bahia
Família de ciganos foram mortos - Foto: Reprodução

Seis pessoas da mesma família foram mortas a tiros na cidade de Jequié, no sudoeste da Bahia, na manhã de quinta-feira (5). As idades das vítimas variavam entre 5 e 65 anos e todos pertenciam a comunidade cigana.

A Polícia Civil da cidade investiga o crime, que aconteceu apenas dois dias depois de um outro familiar, Iomar Barreto Cabral, ser encontrado morto dentro de um carro em Rafael Jambeiro, cidade que fica a 202 km de Jequié.

Quem eram as vítimas? Todas as vítimas eram da mesma família e estavam na mesma casa, no bairro Amaralina, no momento do crime. Elas foram identificadas como:

Natiele Andrade de Cabral, de 22 anos (grávida de nove meses): mãe de Laiane e esposa de Iomar
Laiane Andrade Barreto, 5 anos: filha de Natiele e Iomar
Sulivan Cabral Barreto, de 35 anos: mãe de Elismar e Iomar
Elismar Cabral Barreto, de 23 anos: filho de Sulivan e irmão de Iomar
Lindinoval de Almeida Cabral, de 66 anos: avô de Natiele e bisavô de Laiane
Maiane Cabral Gomes, de 45 anos: ainda não se sabe ao certo a relação de Maiane com as outras vítimas, mas a polícia acredita que ela era irmã de Sulivan.

Quem era a vítima morta dois dias antes? Iomar Barreto Cabral, de 22 anos, era pai de Laiane e marido de Natiele. Ele e a esposa esperavam o segundo filho, que nasceria em breve, já que a mãe estava com nove meses de gestação.

Apenas dois dias antes da chacina, Iomar foi encontrado morto, com marcas de tiros nos braços e no rosto, dentro de um carro em Rafael Jambeiro. O corpo dele foi encontrado no banco do motorista.

Os crimes têm relação? Segundo o delegado Roberto Leal, ainda não é possível dizer se os crimes têm alguma relação. Isso porque as motivações e os suspeitos de ambos os casos não foram identificados.

Qual é a linha de investigação? Até então, a polícia não descarta nenhuma linha de investigação, como disputas por terras, latrocínio e vingança.

"Não vamos descartar nenhuma hipótese. Estamos, inclusive, ouvindo pessoas da família para que nos informem se houve fatos anteriores ao crime que podem ajudar na resolução desse fato. Pois tratava-se de uma família de ciganos, pessoas da mesma família, entre elas avô, nora, sogra, genro", afirmou o delegado Roberto Leal.

Outros ciganos foram mortos na Bahia? 

Em agosto deste ano, seis pessoas da comunidade cigana foram baleadas dentro de um restaurante no centro de Feira de Santana, a 100 km de Salvador. Quatro delas morreram. O crime aconteceu durante o dia e os suspeitos fugiram do local.

Delegado diz que homem morto durante ataque em restaurante na BA iria se apresentar à polícia por crime ocorrido há mais de 10 anos. Segundo testemunhas, os homens usavam distintivos de polícia, mas não há informações sobre quem seriam os integrantes do grupo armado.

Das seis vítimas, três morreram no local e a quarta foi socorrida para um hospital da cidade, onde não resistiu aos ferimentos. As vítimas foram identificadas como:

Amilton Valadares, de 50 anos
Agnaldo Souza Júnior, de 35 anos
Altamir Santos, 27
Jofre Souza, de 49 anos
Em maio, um homem identificado como Dione Pereira da Silva, de 29 anos, foi morto em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. Segundo a Polícia Civil da cidade, três homens foram presos em flagrante pelo crime.

Dione pertencia a comunidade cigana e, segundo as investigações, o crime foi motivado por vingança.

Um conflito entre grupos de povos ciganos teria começado depois da morte de outro homem, identificado como Deolan Pereira da Silva, de 36 anos. O crime aconteceu no dia três de abril, dentro de um lava-jato, no bairro Redenção, também em Teixeira de Freitas e teria desencadeado a morte de Dione.

Não há detalhes se os suspeitos de serem responsáveis pela morte de Dione também pertenciam a comunidade cigana.