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‘Batiam para educar’, diz avó de criança morta ao ser supostamente espancada pelos pais

Crime ocorreu na casa onde moravam; Justiça decretou prisão preventiva do casal

Por G1 05/03/2018 11h13
‘Batiam para educar’, diz avó de criança morta ao ser supostamente espancada pelos pais
Reprodução - Foto: Assessoria
"Um dia fui à casa deles e o pai estava batendo nela durante o banho. Falei para pararem, mas me disseram: ‘tem que educar’. Ele estava batendo nela com cinto.” A cena é relatada por Irene de Jesus, avó materna da menina de cinco anos morta ao ser espancada supostamente pelos pais, na sexta-feira (2), em Itapetininga (SP). Segundo informações da Polícia Civil, Débora Rolim da Silva, de 24 anos, e Phelipe Douglas Alves, de 25 anos, foram presos neste sábado (3) suspeitos de matarem a filha, Emanuelly Aghata da Silva, de 5 anos. A avó diz que após presenciar as cenas de agressão tentou cuidar da criança, mas não conseguiu. Ela não chegou a dar entrada no pedido para conseguir a guarda da menina no Conselho Tutelar. “Às vezes via marcas roxas nela [criança] e ela [Débora] dizia que a menina tinha caído, mas sempre suspeitei que fosse mentira. Até tentei pegar ela para criar, mas não consegui”, lamenta. De acordo com o avô, Rubens da Silva, a menina era constantemente agredida pelo pai. “A sensação que tenho agora é de revolta. Desde quando você vai bater em uma criança desse jeito? Imagina o que ele fez com ela para acontecer isso”, conta emocionado o avô. Prisão preventiva Neste sábado (3), a Justiça decretou em audiência de custódia a prisão preventiva dos pais até o dia do julgamento, que ainda não tem data marcada. Segundo a Polícia Civil, a mulher foi encaminhada à penitenciária em Votorantim e o homem foi levado para o presídio II em Itapetininga. Os dois já tinham passagens na polícia por suspeita de agressão e uso de drogas. A polícia disse que objetos e aparelhos pessoais como celulares foram apreendidos e encaminhados para a perícia. Crime O crime aconteceu na noite de sexta-feira (2), na casa onde o casal morava com outros dois filhos no Centro de Itapetininga. Segundo a Polícia Civil, os pais acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) durante a noite e disseram que a filha estava convulsionando, depois de uma queda. A criança foi levada ao pronto-socorro da cidade em estado grave. A equipe médica verificou que a menina estava com diversos hematomas pelo corpo e chamaram a polícia. Segundo a polícia, ao questionar os pais, eles alegaram que a criança costumava se machucar e, que neste dia, também havia caído da cama, o que teria provocado a convulsão. Os médicos, no entanto, disseram à polícia que as lesões não condizem com a versão dos pais, de que ela se autolesionava. Diante disso, os pais foram encaminhados para a delegacia e, em seguida, presos, depois da audiência de custódia. Outros dois filhos do casal, uma menina de 9 anos e um menino de 4, estão sob responsabilidade do Conselho Tutelar de Itapetininga. Não há informações se os menores serão entregues para parentes ou encaminhados para abrigos da cidade.