Brasil
Polícia prende em Botucatu suspeita de agredir crianças em creche de Itatinga
Outra servidora também teve o pedido de prisão decretado pela Justiça; No total, 20 pais registraram boletim de ocorrência sobre as agressões
Uma das funcionárias flagradas por câmeras de segurança agredindo crianças de 2 e 3 anos em uma creche municipal de Itatinga foi presa pela polícia na noite desta terça-feira (11), em Botucatu (SP).
A suspeita foi detida em uma casa no bairro Jardim Yolanda. A prisão havia sido decretada pela Justiça horas antes, baseada nos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA). Outra servidora que foi flagrada nas filmagens também teve o pedido de prisão decretado.
O pedido de prisão havia sido feito no segunda-feira (10), pelo Ministério Público e Polícia Civil, que investigam o caso. Ainda na tarde desta terça-feira, mais uma mãe de uma criança da creche procurou a delegacia para registrar boletim de ocorrência. No total, 20 pais e responsáveis prestaram depoimento na delegacia.
Denúncia
Uma mãe, que pede para não ser identificada, diz que as agressões aconteciam há tempos.
"Há mais de um ano isso acontece, ela [criança] não queria ir pra creche, reclamava que as tias puxavam o cabelo, batia, brigava. Eram essas mesmas cuidadoras", disse a mulher, que afirmou ter procurado a Polícia Civil, a Diretoria de Ensino e o Conselho Tutelar de Itatinga.A Polícia Civil informa que encaminhou para o Fórum o processo dessa mãe, que segue em segredo de justiça. O Conselho Tutelar diz que orientou a mãe e cobrou da prefeitura, ainda na gestão passada, medidas a respeito da creche, sem obter resposta.
A reportagem da TV TEM conversou por telefone com João Rafael Moraes de Oliveira, que era o diretor de Educação de Itatinga no ano passado, quando o caso aconteceu. Ele informou que uma sindicância foi aberta no ano passado mas que, por conta da troca de governo, não chegou a ser concluída. Afirmou ainda que a prefeitura não afastou as cuidadoras na época porque, segundo ele, faltavam provas.
Relembre o caso
Logo no início das gravações, uma das crianças é agredida pela monitora. Ela bate no aluno que está deitado. Em outro momento a monitora pega um colchão e joga em cima das crianças e uma delas chega a cair. A mulher ainda joga outro colchão, mas não acerta as crianças.
Na sequência, a monitora continua torturando as crianças, chega a puxar o cabelo de uma criança que brincava em um dos colchões. Em outro ponto da gravação, um aluno, aparentemente mais velho, tenta beijar à força outras alunas. Ele faz isso várias vezes, e as duas instrutoras não agem para impedir.
Em determinado trecho das imagens uma delas segura a menina pelo cabelo para que o menino possa beijá-la. Depois o menino volta, a menina tenta afastá-lo, mas a instrutora obriga mais uma vez.
As cenas chocaram os pais de crianças que eram atendidas na creche municipal. A mãe de uma das crianças que aparece nas imagens disse que nunca esperava que uma coisa dessas acontecesse na creche e afirmou que "dói demais" ver cenas como aquelas.
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