Política

Em Maceió, Doria diz que decisão de candidatura à presidência sai em janeiro

Prefeito de São Paulo recebe da Câmara Municipal o título de cidadão honorário de Maceió

Por Texto: Bruno Martins 27/10/2017 17h37
Em Maceió, Doria diz que decisão de candidatura à presidência sai em janeiro
Reprodução - Foto: Assessoria

Atualizada às 19h10

Na tarde desta sexta-feira (27), o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Maceió com o título de cidadão honorário da capital alagoana. A entrega foi feita em evento no Hotel Ritz Lagoa da Anta, bairro de Cruz das Almas. Em breve coletiva após o evento, ele detalhou que a decisão sobre sua candidatura à presidência da República só será tomada definitivamente em janeiro de 2018. E que a confirmação desta será feita pelo PSDB.

“Ainda é cedo para se tomar a decisão. Tenho dito que em 2018 o PSDB estará unido. Estaremos juntos, o governador Geraldo Alckmin, eu e todos aqueles que tenham interesse pelo Brasil, pelo interesse maior, que não é interesse partidário e muito menos pessoal. Mas em janeiro de 2018 essa decisão estará cristalizada e aí o PSDB vai anunciar”, frisou o prefeito de São Paulo.

Sobre o título de cidadão honorário, inciativa do vereador Chico Filho (PP) subscrita por Zé Márcio Filho (PSDB), ele se disse muito honrado e afirmou que conversou com o prefeito Rui Palmeira (PSDB) para alinhar programas conjuntos entre os dois municípios. “Aumenta a minha responsabilidade para realizarmos programas conjuntos, aliás já desenhamos para que possamos na área de saúde, educação, principalmente, cooperamos principalmente com o benefício da população mais carente. O título aumenta a satisfação e a responsabilidade como homem público para proteger, olhar, sempre o que for possível para o bem de Alagoas”, relatou durante a coletiva.

Ele foi perguntado sobre a repercussão negativa da homenagem feita pela Câmara de Vereadores de Maceió à sua pessoa. Para ele, não houve repercussão negativa. “Tanto não houve que eu recebi o título. Se tivesse havido repercussão negativa eu não teria recebido. Aos esquerdistas, o meu desprezo”, declarou o prefeito paulistano.

Doria também comentou a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Questionado sobre a posição do PSDB na votação, ele acredita que o partido teve uma posição democrática que permitiu que os parlamentares votassem com a própria convicção.  No entanto, o prefeito da capital paulista vê o partido em cima do muro. “É uma crítica. Tenho direito de ser crítico também. Não preciso concordar com tudo que o PSDB formula. O PSDB precisa sair do muro. Precisa ter as decisões. Certas ou erradas, mas ter lado. Eu aprendi na vida a ter lado”, pontuou João Doria.

O tucano disse que a melhoria do país passa pela geração de empregos e o desenvolvimento econômico. E que isso passa, invariavelmente, pela aprovação das reformas e pelas privatizações “É ter uma agenda mais focada no Brasil e completar as reformas. O mesmo Congresso Nacional que teve grandeza de votar favoravelmente pela reforma trabalhista e deu um passo importantíssimo para o país, deve agora debater, votar a reforma previdenciária. Deve discutir e votar a reforma tributária. É assim que o Congresso e o próprio governo, segundo adiante nas suas decisões de privatizações, podem contribuir para reverter a crise do desemprego, do flagelo social e colocar o Brasil de volta na trilha do crescimento econômico”, afirmou Doria.

Doria comentou sobre postagem do ex-presidente Lula nas redes sociais de que ele estaria fugindo do cargo de prefeito de São Paulo para concorrer à presidência. “Eu não fujo de nada na minha vida, ao contrário do Lula. Quem é o fugitivo é o Lula. Quem pediu para ser nomeado ministro com medo de ser preso? Fui eu ou foi o Lula? Quem tem medo? O Lula é um covarde, isso que ele é e eu vou dar a resposta a ele na mesma medida onde ele me ofereceu a sua manifestação. Pelas redes sociais. Ele verá”, ressaltou com veemência o prefeito de São Paulo.

Ele também citou o ex-presidente quando questionado sobre de quem era o custeio das viagens a Aracaju e Maceió, onde recebeu homenagens nesta semana. “Eu quem custeio as minhas viagens. Eu que pago, o avião é meu, o combustível é meu, o carro é meu e eu pago. Eu sou diferente do Lula, sou diferente do PT que gosta das benesses do poder. Eu pago aquilo que eu faço”, encerrou.

Em discurso antes de homenagem, Doria ataca Lula, Dilma, PT e a esquerda

Com 59 anos, pai de três filhos, casado há 25 anos e filho de nordestino “com enorme orgulho”, João Doria contou um pouco de sua história antes de receber o título de cidadão honorário cedido pela Câmara de Vereadores de Maceió. Filho de pai baiano, ele citou as origens nordestinas e as dificuldades pelas quais sua família passou. Ao adentrar na área política, citou o que pensa sobre o presente e futuro do país e atacou os setores esquerdistas, como os governos de Lula e Dilma, além de dizer que o futuro do Brasil não passa nem pela extrema direita nem extrema esquerda.

CARREIRA

Segundo o prefeito de São Paulo, ele começou a entrar no meio político quando foi secretário de Turismo do governo de Mário Covas, em São Paulo. Ele tinha 21 anos à época. Aos 24 anos, assumiu a presidência da Embratur (atual Instituto Brasileiro do Turismo) durante o governo do presidente José Sarney.

ENTRADA EFETIVA NA POLÍTICA

João Doria entrou na disputa para a prefeitura de São Paulo passando pela disputa das prévias. “Não foram prévias fáceis, eu não tinha vivência, mas tinha coragem, determinação. Comecei desacreditado a campanha das prévias. Ninguém acreditava, era o ‘coxinha’, ‘riquinho’, todos os pejorativos que vocês podem imaginar, inclusive com o famoso fogo-amigo. Disputei e ganhei”, afirmou.

Ele passa então à campanha propriamente dita. A disputa foi contra três ex-prefeitos da capital, Fernando Haddad, Marta Suplicy e Luiza Erundina, os quais Doria fez questão de ressaltar que eram ou chegaram a ser membros do PT, além de Celso Russomano. Segundo Doria, ele possuía apenas 2% das intenções de voto no início da campanha e terminou com sua eleição ainda no primeiro turno com 53% dos votos válidos.

MOTIVO DE CANDIDATURA E FUTURO DO BRASIL

“A razão que determinou a minha candidatura foi a mazela brasileira, foi o PT do Lula e da Dilma. Por isso que eles não gostam de mim, por isso que eu não gosto deles. Hoje o Luís Inácio ‘Mentiroso’ da Silva deu uma entrevista, daqui a pouco ele vai receber a respostinha dele na medida que ele merece”, falou sobre o motivo da sua candidatura a prefeito de São Paulo.

Sobre o futuro do país, Doria avisou: “não passa pelos extremos, nem a extrema esquerda, nem a extrema direita. O populismo não salva o Brasil. O populismo destrói o Brasil como quase destruiu em 13 anos de PT. Quase, não fosse o impeachment amparado pela Constituição, hoje, provavelmente nós estaríamos decretando o fim, a falência moral e financeira do Brasil”, assegurou o prefeito de São Paulo.

João Doria defendeu as reformas e também a privatização desde a Eletrobras até os aeroportos, portos, ferrovias e rodovias. “Não há política social sustentável que seja capaz de mudar e transformar o Brasil se não vier precedida por uma reforma econômica, com geração de empregos, oportunidades. Está certo o governo atual em propor a desestatização da Eletrobras, está certo o governo em avançar na privatização de outros aeroportos que ainda não foram privatizados. Está certo o governo em privatizar as ferrovias, em privatizar as outras rodovias, assim como os portos brasileiros. Está certo e fez bem o governo em discutir e votar a reforma trabalhista, corajosamente, e agora, espero, a partir da semana que vem, retomar a discussão da reforma previdenciária”, ressaltou.

ENFRENTAMENTO COM A ESQUERDA

O prefeito afirmou sobre as dificuldades do enfrentamento diário com a imprensa. “Fui em busca de alternativas, criativas e diferenciadas para administrar a maior cidade do país. E, além de tudo, fazer enfrentamento diário com a esquerdas, principalmente. Medíocres, pobres de alma, de espírito. Não sabem nem cantar o hino nacional brasileiro. Experimente, ponha um esquerdista para cantar o hino nacional, faça o teste. Não sabe nem a primeira estrofe. Capaz de saber o hino de Cuba”, pontuou.

PROGRAMAS SOCIAIS

Ele disse que o país deve desenvolver empregos e não depender de programas sociais. “Queremos ter educação para crianças, para permitir que uma nova geração de brasileiros tenha competitividade para encontrar um emprego, para se tornar um empreendedor e não depender de programas sociais. Nada contra, mas o país não pode viver na eternidade imaginando que sustentando 35 milhões de brasileiros, ao invés de dar a eles um emprego, dar a ales uma esmola não é o melhor caminho. Pode ser solidário e é, mas o melhor caminho é o emprego”, afirmou.

LULA

Por vários momentos, Doria citou o ex-presidente Lula. Em seu discurso, ele disse que o PT deixou grande legado de desemprego. Também falou dos processos que sofre petista e elogiou Sergio Moro e a Lava Jato.

“O legado do PT, da Dilma e do Lula, é preciso dizer, mais uma vez, é um legado de 14 milhões de brasileiros desempregados, oito milhões de subempregados, 22 milhões em sofrimento. E ainda este cara de pau desse Lula vem dizendo que quer salvar o Brasil. Salvar o Brasil do quê, Lula? Você não teve sequer a hombridade, a grandeza mínima de educar seus filhos para não roubarem e ainda debita a morte da sua mulher a procuradores da república, é inacreditável como um ser humano ainda tem essa capacidade. Nove processos, uma condenação. Vai pagar na cadeia, é uma questão de tempo. E vou visitá-lo. Lá em Curitiba e levarei chocolates. Viva a Lava Jato, Viva Sérgio Moro, este herói brasileiro que vem mudando a história do país a partir desse processo. Vejam as transformações que o Brasil está tendo”, falou o tucano.

ENCERRAMENTO

Ele terminou sua fala dizendo que independente de candidatura estará na linha de frente das eleições de 2018 não empunhando uma bandeira partidária, mas sim a do país. “A bandeira brasileira, que nos dá orgulho, que nos dá o melhor sentimento, Viva o Brasil, Viva Alagoas, Viva Maceió”, declarou.