Muitos municípios alagoanos que já fazem parte do Mapa do Turismo Brasileiro, como Delmiro Gouveia, Mata Grande, Água Branca, Maravilha e Olho d’Água do Casado, localizados na região sertaneja ou no alto São Francisco, apesar de terem importantes atrativos turísticos, ainda não decolaram como destino, devido, sobretudo, a distância de Maceió, onde estão todas as agências receptivas, que continuam preferindo levar o turista para destinos mais próximos. Piranhas, distante pouco mais de 270 quilômetros da capital, é exceção, porque, além de boa estrutura de hospedagem, tem um rico valor histórico e natural, que já foram retratados em filmes e novelas, tornando o município, conhecido como a Lapinha do Sertão, famosa no mundo inteiro.

Belo Monte, município do Mapa do Turismo Brasileiro desde 2022, inserido na região sertaneja, é mais um destino da série Nos Caminho do São Francisco. Distante 212 quilômetros da capital, apresenta, além das paisagens sertanejas, o belo visual do Rio São Francisco, que margeia a parte rural do município.

Desbravadores

E foi exatamente com a exploração do rio São Francisco, a partir de 1850, que os desbravadores tiveram acesso a muitas descobertas. Por exemplo, quando atingiram o rio Ipanema, encontraram um caminho aberto para o interior. No encontro onde o Ipanema deságua no São Francisco surgiu um núcleo populacional, onde missionários, colonizadores e comerciantes faziam seus negócios, que ficou conhecido como Barra de Ipanema.

A história conta que foi dessa localidade que partiu um cidadão com destino à região atualmente ocupada pelo município de Belo Monte, iniciando um trabalho com a criação de uma fazenda de gado. O nome de Belo Monte, no entanto, teve origem da beleza topográfica da região, que, segundo a tradição, tenha sido D. Pedro II, que na sua passagem, assim a batizou.

Uma das atrações de Belo Monte, que entrou no radar do Ministério do Turismo, foi uma pequena igreja que se encontra no alto do morro da Ilha do Ouro, no encontro do rio Ipanema com o rio São Francisco. A igreja Nossa Senhora dos Prazeres, que se impõe entre os municípios de Belo Monte e Porto da Folha, em Sergipe, pode ter sido construída em 1694, segundo uma inscrição que se encontra em sua fachada. Acredita-se que tenha sido construída por freis capuchinhos. No local é possível encontrar lápides no chão da Igreja, que remontam ao período entre 1850 e 1895.

Agora, com o município inserido do Mapa do Turismo Brasileiro, os moradores do povoado de Barra do Ipanema, bem em frente a Ilha do Ouro, devotos de Nossa Senhora dos Prazeres, que já lutam há anos pelo tombamento do patrimônio histórico e cultural, devem conseguir mais atenção do poder público, inclusive do Iphan, como forma de proteger e recuperar a pequena igreja branca, com portas e janelas verdes, bem meio de uma ilha no sertão alagoano.