Turismo

IMA e Setur monitoram branqueamento de corais na costa de Alagoas

Além do dano ambiental, fenômeno pode impactar atividade turística de municípios costeiros

Por Ascom IMA/AL 10/04/2024 17h59 - Atualizado em 11/04/2024 00h22
IMA e Setur monitoram branqueamento de corais na costa de Alagoas
Prejudicial para o ecossistema oceânico, esse fenômeno também pode afetar negativamente a economia e o turismo - Foto: Reprodução

O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, por meio do Gerenciamento Costeiro (Gerco), realizou uma expedição na Piscina do Amor, na enseada de Pajuçara, na última segunda-feira (8), para monitorar os impactos do branqueamento dos corais, um fenômeno que ocorre quando os corais perdem as algas que vivem neles.

Essas algas desempenham um papel crucial na saúde dos ambientes recifais. Quando os corais perdem essas algas, eles ficam totalmente brancos, vulneráveis a doenças e à fome, já que boa parte de sua energia vem da fotossíntese feita por essas algas. Esse fenômeno é causado pelo aquecimento excessivo do mar, podendo causar a morte de extensas áreas de recifes tropicais. Isso pode ser fatal para o ecossistema oceânico, já que os corais são berçários para peixes e outras espécies.

O assunto é acompanhado pelo IMA e pela Secretária de Estado do Turismo (Setur), em parceria com a Biofábrica de Corais, uma startup de biotecnologia e restauração de ecossistemas recifais. O objetivo é apresentar um planejamento para mitigar esse processo de branqueamento dos recifes de corais na costa alagoana.

Durante o monitoramento, cujo objetivo foi avaliar a extensão e o grau do fenômeno na região da enseada da Pajuçara, foi constatado que todas as espécies de corais estão sendo afetadas”.

“Foi observado que as espécies mais próximas à superfície foram as mais afetadas, mas é preocupante que as espécies que se encontram em maior profundidade também tenham apresentado branqueamento”, disse Juliano Fritscher, consultor ambiental do IMA e responsável pelo monitoramento.

Além de ser prejudicial para o ecossistema oceânico, esse fenômeno também pode afetar negativamente a economia e o turismo. Quando os corais morrem, isso impacta a qualidade da água e a beleza cênica, prejudicando a observação de peixes, algas e os passeios de mergulho, que movimentam o turismo e a economia nos municípios costeiros, principalmente na região da Costa dos Corais.

Selefe Gomes, Superintendente de Prospecção de Negócios Turísticos da Setur, ressaltou a importância de manter o turismo sustentável. “Nos preocupamos tanto com os produtos turísticos de infraestrutura quanto com os naturais, que são nosso carro-chefe no Estado. É importante manter a associação entre o turismo sustentável e o turismo regenerativo. Queremos tornar nossos produtos mais preservados para que os turistas tenham uma experiência magnífica, como sabemos que podem ter.”

De acordo com Rudã Fernandes, CEO da Biofábrica dos Corais, esse evento está ocorrendo no Hemisfério Sul e já chegou ao Brasil, na Costa dos Corais. Fernandes explicou também que entre 2019 e 2020 muitas localidades registraram 90% de mortalidade de corais.

“Se considerarmos uma mortalidade média de 50% no evento de 2020, caso essa taxa seja mantida, uma população inicial de 100 colônias seria reduzida a 25% neste período”, disse Fernandes.