Turismo

Piranhas, cidade símbolo da história do cangaço

Por Claudio Bulgarelli – Sucursal Região Norte com Tribuna Independente 30/07/2022 13h40
Piranhas, cidade símbolo da história do cangaço
Piranhas: banhada pelas águas mágicas do Rio São Fracisco, é uma cidade histórica e com mirantes de pura beleza - Foto: Lucas Meneses / Ascom Sedetur/AL

Piranhas, cidade símbolo do sertão alagoano, banhada pelo Rio São Francisco, é um daqueles lugares, que dentre todos os municípios do Mapa do Turismo Brasileiro, o visitante vai se apaixonar e voltar com recordações marcantes, seja pela sua localização, margeando as águas mágicas do Velho Chico, pela sua história, ligada totalmente ao cangaço e a Lampião, pelos seus prédios históricos, que lhe rendeu o título de Patrimônio Histórico Nacional ou simplesmente pela aura quase mágica que a cidade oferece às pessoas andando pelas ruas, especialmente a noite.

Piranhas, cidade carinhosamente apelidada de “Lapinha do Sertão”, como foi chamada por D. Pedro II quando o imperador visitou o município em 1859, chegando de viagem pelo Rio São Francisco, é parte importante da história do Brasil. A visita do imperador é motivo de orgulho, que até hoje chama a sede da prefeitura de Palácio D. Pedro II. Dessa época, muitos prédios foram construídos, e o bom estado de conservação das casas antigas rendeu a Piranhas o tombamento pelo IPHAN como Patrimônio Histórico Nacional.

Além disso, a cidade possui uma boa infraestrutura para o turismo, com uma quantidade razoável de pousadas e restaurantes, além de atrativos interessantes que rendem bons passeios pela cidade. E duas diárias, no máximo três, são suficientes para conhecer os passeios e as principais atrações de Piranhas.

Começamos pela Rota do Cangaço e Cangaço Eco Parque, que atrai boa parte dos visitantes. É bom saber que Piranhas ficou conhecida nacionalmente por causa do cangaço. E muitas histórias sobre o bando de Virgulino da Silva, o Lampião, permanecem vivas no imaginário popular.

Grota de Angicos, onde pegaram Lampião

Foi inclusive na Grota de Angicos que os cangaceiros do bando de Lampião foram pegos em uma emboscada e decapitados. O passeio de catamarã pela Rota do Cangaço tem saída no atracadouro de Piranhas, tem duração de pouco mais de 30 minutos, e as paisagens são encantadoras. Depois se atraca no Cangaço Eco Parque, onde todos são recebidos por colaboradores vestidos de cangaceiros. Quem quiser pode se aventurar por uma trilha de quase 2 km até a Grota de Angicos. Vá de sapato fechado e leve água.

O Centro Histórico de Piranhas é fenomenal, repleta de casinhas, casarões e prédios antigos, tudo muito colorido. Por ali se pode visitar a Igreja Nossa Senhora da Saúde, construída no século XIX em estilo neoclássico, e a Igreja de Santo Antônio de Lisboa, a mais antiga de Piranhas (1790), onde estão depositados os restos mortais dos fundadores da cidade. Outra atração é o Centro de Artesanato, Artes e Cultura de Xingó, que funciona na antiga Casa de Máquinas da Rede Ferroviária. À noite, o movimento fica por conta dos bares da cidade, como a clássica Pizzaria e Cachaçaria Altemar Dutra, batizada em homenagem ao cantor.

Dá para conhecer também o Museu do Sertão Marília Rodrigues, instalado no prédio da Antiga Estação Ferroviária de Piranhas, ótimo local para conhecer mais sobre a história de cidade, do cangaço e do homem sertanejo; a Torre do Relógio, em frente ao Museu do Sertão, construída em 1879, com uma arquitetura que se destaca no centro da cidade. O local abriga o ‘Café da Torre‘, que funciona no alto do edifício e os dois famosos mirantes, como o da Igreja, que fica no alto de 250 degraus de uma escada íngreme e irregular, onde bem lá no topo, fica a igreja de Nosso Senhor do Bonfim, e o Mirante Secular, que fica no lado oposto ao Mirante da Igreja e abriga um obelisco que foi construído no final do século XIX para saudar o século XX, que se iniciava.

E por fim o obrigatório passeio pelos Cânions do Rio São Francisco, ou pelos Cânions de Xingo, que trouxe muita gente para a região, em busca das incríveis paisagens do Velho Chico, o rio da Integração Nacional.