Saúde

Infecções gastrointestinais e respiratórias aumentam no verão, alerta infectologista

Elevação das temperaturas, conservação inadequada de alimentos e maior circulação de pessoas elevam o risco de doenças no fim do ano.

Por Assessoria 10/12/2025 10h32
Infecções gastrointestinais e respiratórias aumentam no verão, alerta infectologista
Período de festas e altas temperaturas favorece a proliferação de microrganismos e o aumento de infecções. - Foto: Reuters

O período de festas de fim de ano, marcado por altas temperaturas, alimentação fora da rotina e maior circulação de pessoas, favorece o aumento de casos de gastroenterites, intoxicações alimentares e infecções respiratórias. A avaliação é da infectologista Carla Kobayashi, do Hospital Sírio-Libanês.


Segundo a médica, doenças gastrointestinais lideram as ocorrências nesse período. A causa está ligada à contaminação por bactérias e vírus que se multiplicam com facilidade em ambientes quentes e úmidos, especialmente diante de falhas na higiene das mãos e na conservação dos alimentos. Carla destaca que a principal complicação das gastroenterites é a desidratação. Entre os sinais de alerta estão diminuição do volume urinário e dificuldade para ingerir líquidos, situações que exigem avaliação médica.

A infectologista explica que alimentos mantidos por longos períodos fora da refrigeração ou em temperaturas inadequadas, comuns em festas e praias, favorecem a proliferação de microrganismos como Salmonella e Escherichia coli. Dados do estudo Global Burden of Disease (GBD), publicado no The Lancet Infectious Diseases em 2024, mostram que doenças diarreicas seguem entre as principais causas de morte no mundo, especialmente entre crianças e idosos, apesar da redução registrada nas últimas décadas. Os sintomas incluem diarreia, vômitos, febre, dor abdominal e mal-estar.

Infecções respiratórias também apresentam aumento nesta época. Mesmo com o calor, vírus como influenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório e coronavírus continuam em circulação. As aglomerações típicas de fim de ano, como festas de empresa, encontros familiares e viagens, ampliam o risco de transmissão. Os sintomas mais frequentes são febre, dor de cabeça, dor de garganta, coriza, tosse e dores no corpo.

O Ministério da Saúde aponta ainda para o risco maior de arboviroses, como dengue, Zika e chikungunya, nos meses quentes e chuvosos. Mesmo com a redução superior a 70% nos casos de dengue em 2025, o período não elimina a necessidade de prevenção. Entre janeiro e outubro deste ano, foram registrados cerca de 1,3 milhão de casos prováveis da doença. Para Carla, ações de combate ao mosquito permanecem essenciais.

A especialista recomenda medidas simples para reduzir riscos no verão: higienizar as mãos antes do preparo e consumo de alimentos e após tossir ou espirrar; evitar alimentos que permaneceram fora da geladeira por longos períodos, principalmente os que levam ovos ou maionese; utilizar água potável; consumir frutas bem lavadas; manter hidratação adequada; evitar aglomerações em caso de sintomas gripais; cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar; não compartilhar copos ou talheres; utilizar repelente; e eliminar criadouros do mosquito da dengue.

Carla orienta também atenção à hidratação e ao consumo de alimentos leves, como frutas e preparações frescas. Ela afirma que o cuidado com a alimentação e com a exposição a riscos ajuda a reduzir a ocorrência de doenças durante o verão.