Saúde
Intoxicação de jovem por metanol é descartada
Em reunião na Secretaria de Saúde de Palmeira dos Índios, informação é que se tratou de um caso grave de asma

Em menos de 24 horas, a prefeitura de Palmeira dos Índios confirmou e – posteriormente negou – a existência do primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol em bebida alcóolica em Alagoas. Tratou-se de um paciente, do sexo masculino, 22 anos, que foi internado sob a suspeita de intoxicação pela substância. A informação foi passada pela prefeitura na noite da última segunda-feira.
A negativa, no entanto, foi divulgada pelo poder executivo de Palmeira dos Índios após reunião, entre órgãos municipais, ocorrida na manhã de ontem. Estiveram presentes à reunião, representantes da Guarda Civil Municipal, da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), da Secretaria de Assistência Social e equipes da Vigilância Sanitária e Vigilância em Saúde.
O encontro foi convocado, em caráter emergencial, na sede da Secretaria Municipal de Saúde, daquele município para definir uma grande operação de vigilância e combate ao metanol em Palmeira dos Índios.
O jovem deu entrada no último domingo, 05, na UPA de Palmeira dos Índios com crise asmática grave, e queixa de tosse. Após atendimento e administração de medicação, o paciente apresentou piora no quadro respiratório, sendo necessária a intubação e posterior transferência para o Hospital Santa Rita, na madrugada da última segunda-feira. O rapaz apresentou melhoras clínicas e está com o quadro de saúde estável. O jovem reside em Estrela de Alagoas e segue internado na unidade de saúde.
A prefeitura de Palmeira dos Índios ressaltou que familiares do paciente disseram que o mesmo não ingeriu bebida alcóolica nos últimos dias e que já tinha histórico de atendimento por sintomas semelhantes.
Desta forma, a única informação confirmada, até o fechamento desta edição, sobre intoxicação de um alagoano, por metanol, diz respeito a um homem, de 36 anos, que está entre os 13 casos suspeitos de ter ingerido bebida alcóolica destilada adulterada no estado vizinho de Pernambuco.
Em Maceió, hoje, a previsão é de que a Vigilância Sanitária de Maceió se reúna com proprietários, gerentes e funcionários de bares e depósitos de bebidas na sede do órgão, para orientar o setor sobre a importância de comercializar apenas produtos de fabricantes legalmente autorizados.
Secretaria de Estado da Saúde
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou não ter sido notificada sobre nenhum caso suspeito ou confirmado de intoxicação por metanol relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas destiladas em Alagoas.
Ainda conforme a nota, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) está em permanente monitoramento, visando esclarecer eventuais casos suspeitos e comunicá-los às autoridades competentes.
“A Sesau orienta às Vigilâncias Sanitárias dos 102 municípios alagoanos que intensifiquem a fiscalização rotineira em bares, restaurantes, supermercados e estabelecimentos similares, atentando-se à procedência dos produtos ofertados. Destaca que, no âmbito da industrialização das bebidas, a competência fiscalizatória é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), vinculado ao Governo Federal”, detalhou a nota.
Palmeira dos Índios
Mesmo com o descarte da hipótese de intoxicação, as autoridades de saúde de Palmeira dos Índios reforçaram que as ações preventivas de fiscalização serão mantidas.
Ontem mesmo, a Vigilância Sanitária Municipal iniciou vistoria em estabelecimentos e distribuidoras de bebidas e inspeções nos bares da cidade.
A prefeitura reforçou que a medida é preventiva e de rotina, com o objetivo de garantir a segurança da população e o cumprimento das normas sanitárias.
O Hospital Santa Rita, para onde o paciente foi transferido, informou, por meio de nota, que ele foi internado com quadro de acidose metabólica com lesão renal, mas vem apresentando melhora clínica e mantém estado de saúde estável.
Ainda segundo a unidade, será realizado exame de sangue para identificar possível presença de substância tóxica, cujo material será encaminhado ao Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL). O resultado deve ser divulgado em até 72 horas.
“Não temos nenhuma comprovação que seja intoxicação por metanol. até porque, segundo a família, o paciente nem chegou a ingerir bebida alcoólica”, informou ainda a secretária de Saúde, Zoé Duarte.
Polícia Civil investiga o caso
A Polícia Civil de Alagoas, por meio do 73º Distrito Policial (73ºDP) de Estrela de Alagoas, coordenado pelo delegado Marcos Porto, esclareceu, ontem, informações que circulavam nas redes sociais sobre um possível caso de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas no município.
A autoridade policial determinou a realização imediata de diligências, incluindo o comparecimento de equipes ao Hospital Regional de Palmeira dos Índios, onde o paciente estava internado, e à UPA de Estrela de Alagoas, local do primeiro atendimento.
Após contato com profissionais de saúde das duas unidades, a Polícia Civil constatou que não se tratava de intoxicação por metanol.
De acordo com o delegado Marcos Porto, o paciente possui histórico de asma e apresentou um quadro grave da doença, o que motivou sua transferência para o hospital regional e o tratamento intensivo.
A investigação preliminar permitiu à Polícia Civil descartar a hipótese de ingestão de substância tóxica.
O delegado reforçou que a informação sobre intoxicação é falsa e pediu à população que evite compartilhar notícias sem confirmação. “Gostaria de tranquilizar o povo da nossa cidade e de todo o estado de que o caso não tem qualquer relação com metanol”, afirmou o delegado Marcos Porto.
Garrafas vazias comercializadas em sites de vendas
Sites especializados em vendas, comercializam garrafas vazias de uísque por até R$ 400 e tampas usadas por R$ 150. Por um valor menor, cerca de R$ 40, é possível comprar um kit com duas garrafas vazias de uísque Johnnie Walker Red Label e uma Black Label em sites especializados em vendas.
Em grandes supermercados, uma garrafa lacrada do produto vendida regularmente costuma custar aproximadamente R$ 100 ou R$ 150 de acordo com o modelo.
Especialistas apontam que esses vasilhames são utilizados pelo mercado ilegal para adulterar bebidas. Parte dos anúncios publicados nos sites tem uma legenda indicando que as garrafas vazias servem para artesanato e decoração.
O uísque Blue Label, que tem uma faixa de preço mais alta, em torno de R$ 1.600 em redes de varejo, também tem suas garrafas vazias vendidas por R$ 400.
Especialistas também alertam para o reaproveitamento de tampas de bebidas originais na confecção de produtos falsos. Um anúncio mostra um kit de três tampas do uísque Royal Salute por R$ 150. A garrafa do original custa cerca de R$ 1.300 na versão envelhecida por 21 anos.
O chamado refil, em que os fraudadores reaproveitam garrafas originais de marca para preencher com líquidos adulterados, é apontado pela indústria como um dos principais métodos para falsificar as bebidas. As falsificações costumam conter álcool impróprio para consumo humano, com custo mais baixo para atrair os compradores, além de copiar rótulos, garrafas, tampas e o líquido adulterado.
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