Saúde

Mau hálito e boca seca; entenda os efeitos das canetas emagrecedoras na saúde bucal

Por Assessoria 25/06/2025 09h57
Mau hálito e boca seca; entenda os efeitos das canetas emagrecedoras na saúde bucal
Dentista Eduarda Jung explica o reflexo da popularização do uso do Mounjaro na qualidade de vida bucal - Foto: Freepik



O Mounjaro (tirzepatida) chegou às farmácias brasileiras na primeira metade de maio de 2025, ele foi aprovado pela Anvisa em setembro de 2023, inicialmente para tratar diabetes tipo 2, e passou a estar disponível com receita retenção obrigatória para pacientes inscritos no programa de suporte da Eli Lilly. Embora o uso para emagrecimento ainda seja considerado “off‑label” e em avaliação pela agência, o medicamento já é amplamente procurado por celebridades e no boca a boca por sua eficácia rápida e perceptível na perda de peso

Além dos efeitos temporários como náusea, vômitos e diarreia, existem mudanças que permanecem no corpo após o tratamento. Desde problemas gástricos e desconforto, até o aumento da flacidez no rosto são cenários quase inevitáveis. A saúde bucal também entra na discussão, causando mau hálito e boca seca.

Internautas que utilizam do Mounjaro, compartilham suas experiências nas redes sociais buscando ajuda e soluções para amenizar o problema. ‘Eu bebo água constantemente e desde que comecei a tomar Mounjaro, tenho boca seca permanente!’, comentou uma pessoa. Também sobre a halitose: ‘Tenho que tomar balas sem açúcar com muito mais frequência desde que comecei o MJ. Alguém mais percebeu que o hálito está muito mais desagradável do que o normal?’, perguntou outro internauta.

Segundo a cirurgiã-dentista Eduarda Jung, o quadro é comum. “A substância GLP-1 presente no Mounjaro interfere diretamente na produção de saliva e no esvaziamento gástrico. Isso favorece o acúmulo de bactérias na boca e no trato digestivo, o que provoca halitose e sensação constante de boca seca. Além disso quando a paciente fica muito tempo em jejum por conta da náusea causada pelo remédio, é comum o corpo produzir automáticamente cetona, para metabolizar gordura, que por fim é liberado pela respiração, gerando aquele mau hálito, chamado de hálito cetônico”, explica a especialista.

Apesar de desconfortáveis, os efeitos podem ser controlados com cuidados específicos. “É essencial manter uma boa hidratação ao longo do dia, estimular a produção de saliva com alimentos naturais e mastigáveis, como chicletes sem açúcar, e manter a higiene bucal rigorosa. Em alguns casos, o uso de enxaguantes bucais sem álcool e saliva artificial também pode ser recomendado”, finaliza Eduarda.