Saúde

Nova planilha da Rede Alyne prioriza combate à mortalidade materna e neonatal

Por Ruana Padilha / Ascom Sesau 16/01/2025 14h20
Nova planilha da Rede Alyne prioriza combate à mortalidade materna e neonatal
Lançamento aconteceu durante o I Fórum Perinatal de 2025, promovido pela Sesau - Foto: Sesau/AL


A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizou, nesta quinta-feira (16), o primeiro Fórum Perinatal de 2025. O encontro abordou a nova planilha da Rede Alyne que prioriza o combate à mortalidade materna e neonatal.

O evento destinado a profissionais da área de assistência ao parto, epidemiologista, gestores municipais e hospitalares dos 102 municípios alagoanos, ocorreu no auditório da Faculdade Estácio de Alagoas, na Avenida Pio XII, Jatiúca, em Maceió.

A nova nomenclatura da Rede é uma homenagem à jovem negra Alyne Pimentel, que morreu aos 28 anos, gestante e vítima de negligência médica. O caso da moça levou o Brasil a ser o primeiro país condenado por morte materna pelo Sistema Global de Direitos Humanos em todo o mundo.

Em 2011, foi criada a Rede Cegonha, cujos resultados foram descontinuados nos últimos anos. Ao ampliar essa estratégia, batizando-a de Rede Alyne, o Governo Federal reforça seu compromisso de enfrentamento às desigualdades.

A especialista em Saúde da Mulher e assessora técnica da Rede Alyne/Sesau, fisioterapeuta Bárbara Rose, explicou que o fórum busca construir alianças estratégicas, com base em evidências científicas e experiências bem-sucedidas no Brasil e no exterior, para fortalecer a assistência materna e infantil.

“Os encontros visam aproximar o Estado com os municípios para que possamos construir as ações em conjunto. O Forúm vem sendo realizado mensalmente desde 2023 e, em 2025, estamos realizando a transição da Rede Cegonha para Rede Alyne, apresentando quais mudanças estão sendo realizadas e quais novos indicadores a Rede conta”, disse.

Ainda de acordo com a especialista, os novos indicadores são compostos por identificação de raça/cor e complicações obstétricas, além de atualização da forma de envio dos dados obtidos pelas unidades de saúde.

“Raça/cor é uma das prerrogativas do programa da Rede Alyne que visa a diminuição da mortalidade materna, principalmente, da população negra. Complicações obstétricas, como hemorragias, eclâmpsia também passam a ser analisadas. Outra novidade, é que passamos a cobrar na triagem neonatal o teste da linguinha, pois antes trabalhávamos só com o do coraçãozinho, orelhinha e olhinho”, declarou.




Durante o Fórum, os participantes acompanharam palestras sobre as ações realizadas em 2024 e as propostas para 2025, além de se atualizarem sobre os novos indicadores da Rede Alyne.

A iniciativa visa sensibilizar gestores e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a importância de melhorar a atenção ao parto e ao nascimento.

Presente ao Fórum, a coordenadora do setor de obstetrícia do Hospital Regional do Norte (HRN), a médica obstetra Keila Moreno, ressaltou a importância dos encontros mensais.

“Sempre participo dos encontros, pois a iniciativa é fundamental para que possamos discutir sobre as experiências exitosas das unidades de saúde, além de tirar dúvidas”, disse.