Saúde

Síndrome do Ninho Vazio: saiba como reconhecer e como minimizar os sintomas

Psicólogo explica que a síndrome pode acometer os pais quando os filhos saem de casa

Por Assessoria 25/11/2022 11h58
Síndrome do Ninho Vazio: saiba como reconhecer e como minimizar os sintomas
Do ponto de vista biológico, não há um perfil de quem seja mais suscetível - Foto: Divulgação

Há mudanças no curso da vida que nem todas as pessoas estão preparadas para encará-las com naturalidade, sem sofrimento e, por causa disso, sinais emocionais podem surgir como consequência. E entre essas mudanças estão aquelas que caracterizam a síndrome do ninho vazio – denominação dada à condição desenvolvida, geralmente, pelos pais, quando os filhos saem de casa.

Segundo Allyson Cavalcante, psicólogo e docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), a síndrome do ninho vazio geralmente acontece quando o último ou único filho sai da casa dos pais para se casar ou ser independente. Mas outros fatores também podem desencadear a síndrome, como a separação do companheiro ou companheira para trabalhar em outro lugar, a saída dos filhos para fazer faculdade em outra cidade, por causa de divórcio ou, até mesmo, pela morte de alguém do convívio diário.

“A síndrome do ninho vazio é caracterizada por uma fase de transição familiar e deixa a pessoa ou o casal com a sensação de que seus papéis exercidos até ali perderam a função. Há uma maior prevalência das mulheres viverem nesta condição pelo fato de serem elas a figura principal de cuidado na grande maioria das famílias. Do ponto de vista biológico, não há um perfil de quem seja mais suscetível”, conta.

Allyson complementa ao informar que, geralmente, a síndrome acomete os pais que estão mais presentes na vida dos filhos e que evitar conversar sobre as mudanças que podem ocorrer com o passar dos anos, como a saída dos filhos de casa, também pode contribuir com a dificuldade em aceitar essa nova realidade.

Como sinal de que alguém foi acometido pela síndrome, o psicólogo cita alguns dos sintomas, que são: insônia, devido ao excesso de preocupação sobre como a outra pessoa, filho ou cônjuge, está tomando suas decisões; humor rebaixado, que pode ser notado com o hábito de trazer à tona lembranças antigas de quando a família estava reunida; diminuição da autoestima, por acreditar que não será capaz de fazer outra coisa; vontade de ficar recluso ou isolado, passando a socializar menos; e transtornos alimentares, que podem estar presentes através da vontade de comer em excesso ou de perder o apetite.

“Para tratar ou amenizar esses sintomas, primeiramente esses pais precisam reconhecer que isso está acontecendo em suas vidas. Em seguida, começar a olhar para si (individualmente e como casal, se for o caso) e perceber que se pegar com saudade de um filho amado é normal. Também é importante estimular o olhar para os pontos positivos de todo esse processo e perceber que se hoje os filhos têm autonomia, responsabilidade e capacidade para tomar conta das suas vidas, isso tem participação direta deles”, salienta.

O psicólogo destaca que, em muitas vezes, esse processo não é fácil para ser realizado sozinho e que buscar por um psicólogo formado e capacitado ajudará a pessoa a lidar com essas demandas. Ele também frisa que há casos que podem se agravar e acarretar em depressão, e que durante o tratamento desses casos a medicação também é recomendada.

“A primeira e principal estratégia é ressignificar/reorganizar a vida e a rotina a partir de agora sem os filhos tão presentes quanto antes. E para quem está próximo a essas pessoas, primeiro de tudo, respeite o que esses pais estão sentindo no momento. Algumas pessoas acabam minimizando o que estão sentindo. Em segundo lugar, respeite o tempo desses pais, nem sempre eles irão querer falar sobre esse assunto ou estarão preparados para viver uma nova rotina. E por fim, estarem prontos a ajudarem no que forem solicitados. Muitas vezes apenas fazer companhia, sem ter nada de grandioso para realizarem juntos já será um apoio muito legal”, orienta.

Para quem deseja buscar por uma ajuda profissional para essa ou outras demandas, a Unit/AL disponibiliza atendimento através da Clínica de Psicologia Aplicada (CPA), que recebe gratuitamente toda a comunidade. Os atendimentos da CPA são realizados por estudantes de Psicologia que estão nos últimos períodos do curso. Eles são acompanhados pelos docentes para a realização dos atendimentos. Para realizar agendamentos, a clínica disponibiliza o contato (82) 3311-3139. As sessões poderão ser agendadas para os períodos da manhã, tarde ou noite.