Saúde
Sabe o que é gravidez silenciosa? Ginecologista e obstetra explica
Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) foi surpreendida, no início deste mês de março, com dois casos de gravidez silenciosa
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) foi surpreendida, no início deste mês de março, com dois casos de gravidez silenciosa. Ou seja, as parturientes não sabiam que estavam grávidas e procuraram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com queixas de dores abdominais e hemorragia. A gestação foi confirmada durante exame médico e as mulheres deram à luz na própria unidade.
O primeiro caso ocorreu no último dia 4, na UPA Cidade Universitária e o segundo caso, no último dia 9, na UPA Jacintinho. E, diante da repercussão de ambos os casos, a ginecologista e obstetra Avha Paixão, que exerce o cargo de coordenadora obstétrica do Hospital da Mulher (HM), explica alguns conceitos e algumas medidas importantes com relação ao planejamento familiar.
“A chamada gravidez silenciosa é mais comum nas mulheres com idade mais avançada, que já vêm lidando com quadro de menstruação irregular ou atrasos menstruais. É que algumas mudanças que ocorrem no corpo durante a gestação podem ser sutis, como a presença de enjoos, tonturas, mudanças no olfato, escurecimento dos mamilos e aumento discreto do volume mamário”, esclareceu a ginecologista e obstetra.
Riscos
Avha Paixão explica, ainda, que a gravidez silenciosa pode trazer muitos riscos no momento do parto, como, por exemplo, nascimento prematuro, infecções, transmissão de doenças ao recém-nascido e complicações à saúde da gestante. Por estas razões, as mulheres devem se manter atentas aos sinais. “Outras mudanças mais visíveis são a ausência da menstruação, aumento do volume abdominal ou ainda a sensação de movimento fetal”, afirmou.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o planejamento familiar é um conjunto de ações em que são oferecidos todos os recursos para concepção e anticoncepção que, por sua vez, devem ser cientificamente aceitos e não colocar em risco a vida e a saúde das pessoas, com garantia da liberdade de escolha. É um direito garantido por lei e está disponível aos usuários do Sistema Único de Saúde.
A ginecologista e obstetra Avha Paixão esclarece que as pessoas que desejem este tipo de assistência devem procurar inicialmente a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Centros Especializados com ginecologista, que são mantidos pelas Secretarias Municipais de Saúde (SMSs). “A forma mais eficaz de evitar este quadro [gravidez silenciosa ou indesejada] é com o uso adequado de métodos contraceptivos, individualizando o caso”, enfatizou.
Ela lembra também que a saúde começa com a prevenção e informação. “Conhecer o próprio corpo é fundamental para promover uma saúde sexual e reprodutiva adequada, mantendo também a regularidade da procura à assistência profissional, visando orientar nesses cuidados”, salientou Avha Paixão.
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