A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fez mais uma entrega de insumos do programa Remédio em Casa neste sábado (12), estendendo o benefício a usuários cadeirantes e pessoas centenárias. Lançado em fevereiro, o programa foi instituído pela Coordenação de Farmácia da SMS para proporcionar maior segurança, comodidade e qualidade de atendimento aos beneficiários, sem que os cuidadores precisem se deslocar para receber fraldas e medicamentos dos usuários que estão sob seus cuidados.

A inclusão no programa Remédio em Casa melhorou a logística de cuidados na residência do casal Débora Evelyn e Jonathan Goes. Eles são pais de Lorena Rafaele de Oliveira Goes, de 6 anos. A criança tem microcefalia congênita e com baixa imunidade, só sai de casa quando precisa de cuidados médicos.

“Trazer as fraldas em casa melhorou muito para a gente, principalmente pela qualidade de vida de Lorena. Evita que ela se exponha a sol e chuva. Mesmo que a gente tenha transporte, o simples trajeto até o transporte pode ser prejudicial para ela. Com a entrega, a gente não precisa tirar a Lorena de casa. O programa foi maravilhoso”, conta Débora Evelyn. “Lorena tem baixa imunidade e quando a gente buscava as fraldas e não tinha com quem deixá-la, a gente a levava e ela ficava no carro com o pai, pela quantidade de pessoas que circulam pelo local”, completou Débora Evelyn.

Ela conta que mães acometidas pelo surto de zika do verão de 2015/2016 se organizaram em grupos em busca de direitos para as crianças com a síndrome congênita. O acesso às fraldas foi uma das primeiras etapas de cuidados viabilizadas por meio do grupo Ciranda do Cuidado, criado pela Secretaria de Saúde de Maceió para dar suporte à assistência voltada para essas crianças.

“O acesso às fraldas, por exemplo, contou com o suporte fundamental da Equipe Dedicada do Ciranda do Cuidado, a quem eu agradeço na pessoa de Rosário [Vasconcelos, enfermeira de referência para a Síndrome Congênita no Município de Maceió]. Isso foi muito bom para a gente, pois a criança acamada é dependente de todos os cuidados. Minha filha não fala, não sabe informar quando vai fazer xixi. São muitas fraldas, imagine se não tivesse o programa que o Ciranda do Cuidado conseguiu para a gente”, comenta Débora Evelyn.

“Receber as fraldas em casa melhorou bastante a vida da gente, pois antes eu pegava ônibus, sol quente com Miguel na cadeira, então eu não preciso mais me locomover com ele, nem pegar ônibus para ir buscar as fraldas”, comenta Milena Maria Viana, mãe de João Miguel, 6 anos, uma das crianças assistidas pelo Ciranda do Cuidado e pelo Remédio em Casa.

O programa

O programa Remédio em Casa iniciou o cronograma de entregas com base no histórico dos usuários. A primeira remessa foi direcionada a crianças com microcefalia congênita, um grupo já instituído por meio do projeto Ciranda do Cuidado da Secretaria Municipal de Saúde.

A Farmac iniciou um censo com os pacientes cadastrados para organizar as entregas e com base nesse levantamento, foram incluídos, além de 42 crianças do Ciranda, dez pacientes centenários de 100 a 112 anos e 35 cadeirantes e acamados, totalizando 87 usuários para entrega neste sábado (12).

“O acesso ao serviço ocorre por meio de processo administrativo. O usuário vai a uma unidade ou vem à sede da Farmácia de Maceió (Farmac), pega o formulário, leva ao médico, preenche e dá entrada no setor de Protocolo da Secretaria de Saúde. O parecer sai em até cinco das úteis e caso a demanda do usuário se enquadre nos critérios do programa, é dado o encaminhamento para ele acessar o serviço”, explica a assistente social da Farmac Fernanda Santana.

A quantidade mensal de fraldas dispensadas por paciente segue o que determina a prescrição médica. A Farmac atende mais de 3 mil pessoas, entre crianças a partir de 3 anos com incontinência urinária ou fecal, adolescentes, adultos e idosos.

Contatos ativos

A próxima entrega do Remédio em Casa deverá incluir maiores de 85 anos, cadeirantes e acamados. A Coordenação de Farmácia informa que algumas pessoas não foram atendidas com a entrega em domicílio, no segundo mês do programa, pela dificuldade de acesso aos contatos informados nos cadastros.

“É muito importante que as pessoas informem contatos ativos, acessíveis, porque a gente tem dificuldade de comunicação com alguns usuários e cuidadores”, afirma Fernanda Santana.