Saúde

Câncer infantil: diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura

Especialistas comentam a importância de descobrir a doença no princípio - e quais os sintomas suspeitos

Por Assessoria 15/02/2022 10h46
Câncer infantil: diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura
Dia Internacional do Câncer Infantil - Foto: Reprodução/Internet

A cada ano, cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil são diagnosticados no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e a maioria dos pacientes são crianças de quatro a cinco anos de idade. Já os dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer estimam que, mundialmente, 215 mil novos casos são diagnosticados em crianças menores de 15 anos e cerca de 85 mil em adolescentes entre 15 e 19 anos.

Com o intuito de chamar atenção para a causa, a campanha do Dia Internacional do Câncer Infantil reforça as ações de conscientização sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura e o bem-estar dos pacientes.

Para esclarecer o assunto, os oncologistas Dr. Gustavo Ribeiro Neves e Dr. Diego Greatti, ambos membros da Doctoralia, colaboraram explicando as principais dúvidass. Confira!

Quais são os tipos mais comuns de câncer?

Não é possível ter apenas uma resposta, já que os tipos mais comuns de câncer variam de acordo com o sexo e população estudada. No entanto, quando se faz um recorte da população brasileira, na mulher, aproximadamente 30% de todos os diagnósticos de câncer são de mama, seguido de colorretal (intestino), colo de útero e pulmão. No homem, é mais frequente (também com aproximadamente 30%) os tumores de próstata, seguido de colorretal (intestino), pulmão e estômago”, afirma Dr. Diego Greatti.

Porém, quando o paciente é criança, a resposta muda drasticamente. Neste caso, os mais comuns são a leucemia, os tumores do sistema nervoso central, linfomas e tumores sólidos como o neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms.

E se por um lado o câncer em adultos está ligado ao envelhecimento, o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, entre outros fatores que contribuem para a proliferação da doença, o câncer na infância não tem relação com fatores ambientais e de estilo de vida. Por esse motivo, é muito importante o diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento.

Fique atento aos sinais!


O diagnóstico precoce para o tratamento do câncer é importante para aumentar a chance de cura do paciente. Em crianças e adolescentes, esse fator dobra de relevância já que os tumores costumam crescer rapidamente devido às mutações celulares. Por isso, os responsáveis devem ficar atentos a alguns sintomas:

Perda de peso contínua incomum
Dores de cabeça na parte da manhã, que pode ser acompanhado de vômito
Inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações
Protuberância ou massa no corpo
Aparência esbranquiçada na pupila do olho ou mudanças na visão
Febres recorrentes sem causa aparente
Hematomas e sangramentos frequentes
Cansaço prolongado

Por que o tratamento é considerado muito agressivo?


O tratamento varia sempre de acordo com o tipo de câncer diagnosticado, mas a quimioterapia, habitualmente utilizada, é considerada um tratamento agressivo pois ela precisa ser eficaz na indução de morte de células cancerígenas. “Para isso, um dos efeitos colaterais de alguns tratamentos é também afetar células sadias do organismo do paciente, pois o medicamento não consegue distinguir a célula cancerígena da normal”, esclarece o Dr. Diego.

No entanto, é senso comum entre os especialistas da área que, apesar do tratamento ser considerado agressivo pelos pacientes, por terem um sistema “novo”, as crianças levam a melhor probabilidade de resposta positiva ao tratamento.

De acordo com o INCA, as chances de cura entre os jovens podem alcançar 80%. Isso acontece porque doenças malignas na infância são, em sua maioria, constituídas de células indiferenciadas, que ainda não possuem função especializada nem desenvolvidas por um estilo de vida, o que resulta em uma resposta muito melhor aos tratamentos.