Saúde

Candidata a vacina da AstraZeneca é a mais avançada contra Covid-19, diz OMS

Ensaios clínicos com a vacina de Oxford e da AstraZeneca podem durar até um ano

Por Reuters 26/06/2020 23h40
Candidata a vacina da AstraZeneca é a mais avançada contra Covid-19, diz OMS
Reprodução - Foto: Assessoria
A candidata a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca <AZN,L> é provavelmente a mais adiantada no mundo e a mais avançada em termos de desenvolvimento, disse a principal cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, nesta sexta-feira. A biofarmacêutia britânica já iniciou testes em larga escala com humanos da vacina, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford. A potencial imunização também está sendo testada em voluntários brasileiros, em estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em entrevista à Reuters na quarta-feira, a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, disse que os ensaios clínicos com a vacina de Oxford e da AstraZeneca podem durar até um ano. Nesta semana, a AstraZeneca fechou seu décimo acordo para fornecimento e produção da possível vacina. “Certamente em termos de quão avançadas elas estão, do estágio no qual elas estão, acho que eles são o principal candidato”, disse Swaminathan em entrevista coletiva. “Então é possível que eles tenham resultados bem antes”, acrescentou. Segundo ela, a candidata da Moderna “não está muito atrás” da potencial imunização da AstraZeneca, entre as mais de 200 candidatas a vacina para a Covid-19, das quais 15 já entraram na fase de testes clínicos. “Sabemos que a vacina da Moderna também irá a testes clínicos de Fase 3, provavelmente em meados de julho, então esta candidata a vacina não está muito atrás”, disse ela. “Mas achamos que a AstraZeneca tem um escopo mais global neste momento, em termos de onde eles estão planejando e fazendo seus testes.” Ainda de acordo com Swaminathan, a OMS mantém conversas com várias fabricantes chinesas, entre elas a Sinovac, sobre potenciais vacinas. A potencial vacina da chinesa Sinovac deverá começar a ser testada no Brasil em julho, depois de a companhia fechar acordo com o Instituto Butantan, ligado ao governo do Estado de São Paulo, que pode levar à produção dela no Brasil, caso se mostre eficaz. Swaminathan pediu que seja considerada uma colaboração entre os testes com potenciais vacinas contra a Covid-19, similar aos ensaios solidários que a OMS tem feito com possíveis medicamentos para tratar a doença respiratória causada pelo novo coronavírus. Uma coalizão liderada pela OMS para combater a pandemia pediu nesta sexta-feira que governos e doadores do setor privado ajudem a levantar 31,3 bilhões de dólares nos próximos 12 meses para desenvolver e entregar exames, tratamentos e vacinas contra a doença. A iniciativa foi batizada de ACT-Accelerator.