Saúde
Idoso que usava cadeira de rodas há 40 anos recebe equipamento novo e motorizado
Na última semana, a Oficina de Tecnologia Assistiva da AAPPE realizou mais uma entrega de órteses, próteses e meios de locomoção (OPM’s)
Será que um sorriso quando é dado por gratidão pode se tornar um pagamento? Para o Terapeuta Ocupacional e coordenador da OPM da Associação de Amigos e Pais de Pessoas Especiais (AAPPE), Jesimiel de Gusmão, sim. Na última semana, a Oficina de Tecnologia Assistiva da AAPPE realizou mais uma entrega de órteses, próteses e meios de locomoção (OPM’s). No total, 18 cadeiras de rodas foram dispensadas.
O TO e coordenador, que acompanha a ação de entrega todas as quartas-feiras, auxiliou na dispensação de duas cadeiras de rodas motorizadas, sete cadeiras de rodas padrão, nove cadeiras de rodas acima de 90kg e duas órteses.
Os dois usuários contemplados com as cadeiras de rodas motorizadas foram o senhor Alexandre Simeão de Lima, de 49 anos, e a pequena Sanielly dos Santos Alcântara, de 13 anos. O que os dois têm em comum? O sorriso de gratidão que ofereceram aos profissionais após receberem o novo equipamento.
O senhor Alexandre, por exemplo, não conteve a felicidade e, emocionado, desabafou: “Hoje eu estou muito satisfeito e feliz por ter ganhado essa cadeira. Com ela, vou poder andar melhor pelo bairro, ir à igreja, vou poder passear, e vai melhorar tudo na minha vida”.
Alexandre ficou paraplégico aos seis anos de idade devido a paralisia infantil. Aos nove anos ganhou a primeira cadeira de rodas, a mesma que usava até a última quarta-feira (29), quando ganhou, após 40 anos utilizando a mesma, um novo equipamento motorizado da equipe da oficina da AAPPE.
A pequena Sanielly conquistou a todos logo de início após não conseguir parar de sorrir ao receber a nova cadeira motorizada. Ela, que é usuária da AAPPE há 11 anos já tinha certa experiência com o equipamento, visto que o seu irmão, Marcelo, de 15 anos, possui a mesma condição que ela e também é usuário da instituição desde os primeiros anos de vida.
A mãe das crianças, Marciele dos Santos Alcântara, conta que descobriu que a Sani, como é chamada por todos da instituição carinhosamente, tinha espasticidade quando ainda era um bebê de nove meses. “Ter o Marcelo me ajudou a identificar a situação da Sani. E quando ela nasceu eu já havia percebido que ela também possuía um pouco de espasticidade. Após a avaliação médica então, quando ela tinha por volta de dois aninhos, eu comecei o atendimento na AAPPE”, relembra.
A espasticidade é uma alteração no tônus muscular (rigidez do músculo). Ocorre em doenças neurológicas que provocam lesão de células do sistema nervoso, responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários. Segundo Marciele, o quadro dos filhos também é genético, já que há outros casos na família.
“Nós temos outros casos como o das crianças na família, é algo muito parecido com tetraplegia, e atinge os membros inferiores e parte dos membros superiores”, revela a mãe.
Mesmo diante das limitações, Sani é a definição de alegria. A mãe conta que todo o apoio e auxilio que recebe da instituição contribui diretamente para isso. “A primeira cadeira dela nós recebemos aqui na AAPPE quando ela tinha cinco anos de idade. De lá pra cá já realizamos uma troca e agora ela ganhou uma cadeira motorizada. E todo mundo pode perceber a felicidade dela em receber o novo equipamento”, disse Marciele.
Na AAPPE, Sani recebe atendimento fonoaudiológico, fisioterapêutico, psicológico, além de ser acompanhada por um neurologista e terapeura ocupacional, tudo de forma gratuita. “Essa nova cadeira vai facilitar demais a nossa vida. Agora ela não vai precisar de mim pra estar se locomovendo e para passear, que é o que ela mais gosta de fazer com os primos e com a família, o novo equipamento só facilitou nossa rotina”, disse a mãe.
“Nós sempre nos sentimos muito a vontade. Os profissionais passaram uma segurança pra gente muito grande, foram ótimos, passaram todas as informações sobre como conduzir a cadeira, como carregar, sobre quando voltar para a manutenção, explicam sobre tudo. Eles sempre maravilhosos conosco”, completa.
As ações de dispensação envolvem, além do TO Josimiel, outros três fisioterapeutas, o responsável técnico e a equipe de assistência social. “Dia de dispensação é o dia em que nós mais temos profissionais envolvidos. Toda uma equipe empenhada e preparada para oferecer o melhor atendimento sempre”, explicou o TO.
“Essa é a nossa missão, esse é o objetivo da AAPPE, é levar melhores condições de vida para outras pessoas. A gente sabe que o paciente que depende de qualquer tipo de OPM vai poder ter mais qualidade de vida, mais autonomia para realizar suas atividades através do nosso trabalho. E quando a gente vê uma expressão como a da Sani ao receber a cadeira motorizada, por exemplo, o sorriso que ela nos deu, não tem dinheiro que pague, e nós estamos aqui para isso, para atender bem todas essas pessoas. A sensação é indescritível, é emocionante”, conclui Josimiel.Mais lidas
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