Saúde

HPV aumenta incidência de câncer de boca e garganta entre jovens

Oncologista destaca que transmissão pela atividade sexual via oral é o principal fator da doença

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 28/05/2019 09h10
HPV aumenta incidência de câncer de boca e garganta entre jovens
Reprodução - Foto: Assessoria
Pode até parecer clichê, mas vale a pena repetir mil vezes se preciso for: prevenir é o melhor remédio. E quando se trata de câncer bucal, a afirmação é ainda mais verdadeira, uma vez que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 50% dos casos são diagnosticados em estágios avançados da doença. Para falar sobre essa realidade, o TH Entrevista recebeu a oncologista Ana Carolina Pastl, cirurgiã de cabeça e pescoço do Hospital Universitário (HU) em Maceió. Ela ressaltou a importância de hábitos simples e saudáveis, como uma boa higiene bucal e alimentação. Não beber e não fumar pode ajudar a reduzir a incidência da doença. A especialista alertou acerca do HPV – papiloma vírus que tem aumentado a incidência de câncer de boca e garganta entre jovens. Pesquisas indicam que cresceu em 32% os casos de câncer de boca na faixa etária entre 15 e 40 anos. Conforme Ana Carolina, esse percentual é preocupante já que a principal transmissão é pela atividade sexual via oral. “Se uma das pessoas estiver contaminada com o HPV pode ser transmitido também através do beijo na boca. Estudos americanos já conseguem demonstrar, mas a gente entende que a principal disseminação é via sexual”, avisou a oncologista. “Quanto maior o número de parceiros ao longo da vida que se execute a relação sexual via oral, maior a chance de adquirir o HPV”, acrescentou. A boa notícia, segundo a médica, é que os tumores ligados ao HPV têm uma taxa de cura maior do que os associados a tabaco e ao álcool. “Eles respondem melhor ao tratamento, tanto com cirurgia, que geralmente é seguido de radioterapia, quanto na associação de radioterapia e quimioterapia”, revelou. SINAIS Os principais sinais que devem ser observados são: lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias; manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochecha; nódulos no pescoço; rouquidão persistente. Nos casos mais avançados podem ser percebidas na dificuldade de mastigação e de engolir; dificuldade na fala e sensação de que há algo preso na garganta. A cirurgiã frisou que ao apresentar qualquer um desses sintomas um médico ou dentista deve ser consultado para avaliação profissional, que pode ser feita em qualquer unidade de saúde. “Fazer o autoexame da boca com frequência também é importante. Analise a mucosa na bochecha, abaixo da língua, acima, e observe se há manchas avermelhadas e esbranquiçadas e/ou pequenos nódulos”, destacou.   Assista à entrevista na íntegra:   https://www.youtube.com/watch?v=uUuOQxnylBU