Saúde
Doação de medula é tema abordado em desfile da Emancipação de Alagoas
Evento ocorreu neste sábado (16), na Rua Sá e Albuquerque, no bairro Jaraguá, em Maceió
No final do Desfile dos 200 anos da Emancipação Política do Estado, uma performance de cunho social chamou a atenção da pleiteia que compareceu neste sábado (16), à Rua Sá e Albuquerque, no bairro Jaraguá, em Maceió. Isso porque, 50 estudantes da Escola Estadual Rodriguez de Melo, conclamaram os alagoanos a comparecerem ao Hemocentro de Alagoas (Hemoal) e se cadastrarem no Registro Nacional dos Doadores de Medula Óssea (Redome).
Vestidos com camisas que traziam o tema da campanha mundial World Marrow Donor Day, os estudantes levantaram aplausos da plateia, após apresentarem uma coreografia onde exibiam placas adesivas que formam a frase: que tal ser doador de medula óssea?. A ação – que marcou o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea – também celebrado neste sábado, visou aumentar o número de alagoanos inscritos como doadores, uma vez que atualmente são apenas 30.616, contados a partir de 2004, quando o cadastro foi iniciado no Estado.
Número que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ainda é considerado pequeno, uma vez que Alagoas possui 3.375.823 habitantes. Uma situação considerada preocupante, segundo a assistente social do Hemoal, Maria das Graças Padilha. Realidade que se deve a uma complexa estatística, uma vez que, de acordo com o Inca, apenas um em cada 100 mil alagoanos é compatível com uma pessoa que necessita do transplante de medula óssea.
“Um fato que é consequência da miscigenação a qual o Estado foi submetido durante a colonização brasileira e que torna ainda mais difícil encontrar um doador compatível, caso não aumente o número de alagoanos cadastrados no Redome. Por isso, a conscientização é o mecanismo usado pelo Hemoal para conscientizar o maior número de alagoanos que podermos”, salientou a assistente social.
Durante o Desfile dos 200 anos da Emancipação Política de Alagoas, foi distribuído material educativo, explicando o procedimento para se cadastrar no Redome. Com esta medida, Maria das Graças Padilha espera que mais alagoanos compareçam ao Hemoal para se candidatar à doação de medula óssea, procedimento decisivo para salvar a vida de pacientes com leucemia, conhecida como câncer no sangue.
Pioneirismo – A estudante Maria Clara dos Santos disse que já esteve presente nos últimos quatro desfiles da Emancipação Política de Alagoas e este foi o primeiro a abordar um tema de cunho social. “Temos que parabenizar o Hemoal e a Escola Rodriguez de Melo pelo pioneirismo em abordar um tema tão relevante para a sociedade, pois muitas pessoas necessitam de uma doação de medula óssea para salvar suas vidas e, pelo que me informei, o processo parece uma loteria”, salientou.
Cadastro – Para se cadastrar como doador de medula óssea, o voluntário deve comparecer ao Hemoal Trapiche, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, além dos sábados, das 8h às 17h. Também pode se dirigir ao Hemocentro Regional de Arapiraca (Hemoar), localizado na Rua Geraldo Barboza, no Centro, e que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30.
“Estará apto o voluntário que tiver mais de 18 anos, boas condições de saúde e portar documentos como CPF e RG, além de informar o endereço residencial. Após preencher um formulário, o candidato doa cerca de 5 ml de sangue, cuja amostra será submetida a um exame laboratorial para obter o código genético”, explicou Maria das Graças Padilha.Com base nesta informação, será feito um cruzamento com os dados do Cadastro de Receptores de Medula Óssea (Rereme), para averiguar se o candidato é compatível com algum dos pacientes que necessitam de uma doação. Se houver compatibilidade, o voluntário será convocado para realizar a doação e, posteriormente, haverá o transplante para o receptor.Doação – Quanto ao processo da doação, onde o Ministério da Saúde (MS) financia todos os custos, o voluntário é submetido a uma punção na medula óssea, que não deve ser confundida com a medula espinhal, segundo a assistente social do Hemoal. Com isso, será retirada uma quantidade de um líquido esponjoso, que posteriormente será utilizado para ser transplantado em um paciente portador de uma doença hematológica, a exemplo da leucemia.
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