Roteiro cultural

Poesia de Rodrigo Severiano é levada à Bienal do Livro

Autor fez ontem lançamento de “Na Medida do (In)possível” e “Poema Buraco”, obras que unem poesia, imagem e afetos

Por Thayanne Magalhães - repórter / Tribuna Hoje 05/11/2025 07h56 - Atualizado em 05/11/2025 08h01
Poesia de Rodrigo Severiano é levada à Bienal do Livro
Rodrigo Severiano diz que os livros nasceram de encontros e que sua poesia é uma forma de resistência - Foto: Edilson Omena

O poeta Rodrigo Severiano é o convidado da semana do TH Entrevista. Autor de uma obra marcada pela sensibilidade e pelo olhar atento ao cotidiano, ele celebra o lançamento de dois livros: Na Medida do (In)possível e Poema Buraco, ambos com o selo Leia Alagoas, dentro da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), iniciativa do Governo Federal que estimula a produção artística em todo o país.

Os livros reúnem versos e imagens que se complementam. Em Na Medida do (In)possível, o texto ganha corpo nas ilustrações de BeDesign, Yara Paó e Bruna Barbosa, enquanto Poema Buraco é uma experiência visual em parceria com o fotógrafo Carlos Eduardo Lopes, do perfil Cotidiano Fotográfico. “A imagem também é um verso. Cada colaboração traz um novo modo de olhar o poema, de expandir o que a palavra sozinha não alcança”, diz Rodrigo.

A poética de Severiano é marcada pela escuta do invisível, pelo gesto de transformar a ausência em presença. Em Poema Buraco, o autor escreve:

“há um buraco onde o coração bate —
mas é nele que cabe o mundo inteiro.”
Em outro trecho, reflete sobre o movimento constante entre o vazio e o recomeço:
“o buraco não é falta, é passagem —
é o lugar por onde o amor ainda respira.”

Durante a entrevista, Rodrigo falou sobre o processo criativo, as colaborações artísticas e o papel do fomento público para a literatura. “Esses livros nasceram de encontros. São fruto de afeto, de trabalho coletivo e da certeza de que a poesia é uma forma de resistência. Políticas como a Aldir Blanc tornam possível que artistas locais sigam produzindo e sendo lidos”, afirma.

O escritor destaca ainda a importância do selo Leia Alagoas, que vem fortalecendo a literatura regional e ampliando a visibilidade de autores independentes. “Publicar por um selo que acredita na arte feita aqui é uma alegria enorme. A Bienal é o espaço ideal para compartilhar esse momento.”

Com delicadeza e firmeza, Rodrigo encerra com um convite: “Os poemas são nossos. Cada leitura abre um novo buraco — não de ausência, mas de possibilidade.”
Na Medida do (In)possível e Poema Buraco serão lançados nesta quarta-feira (5), na Bienal do Livro de Alagoas, e estarão disponíveis pelo selo Leia Alagoas.