Roteiro cultural

Companhia de Dança Deborah Colker apresenta o espetáculo "Sagração" em Maceió

O espetáculo reúne obra clássica de Stravinsky e cosmogonias originárias

Por Assessoria 17/07/2025 12h12
Companhia de Dança Deborah Colker apresenta o espetáculo 'Sagração'  em Maceió
O espetáculo realiza apresentações no Teatro Gustavo Leite dias 03 e 04 de outubro - Foto: Flávio Colker

O Ministério da Cultura, a Petrobras e o Instituto Cultural Vale apresentam “Sagração”, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo realiza apresentações no Teatro Gustavo Leite dias 03 e 04 de outubro.

Na versão dirigida por Deborah Colker, a música clássica de Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo. “Sagração” estreou no dia 21 de março de 2024 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Fundada em 1994, a Companhia realizou mais de duas mil apresentações em mais de 100 cidades de 35 países, totalizando um público de cerca de 4 milhões de pessoas em todas as suas performances.

“Durante esses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na cultura, na política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de evolução, que é um tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor executivo João Elias, que fundou a companhia de dança com Deborah Colker.

O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.

“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão de povos originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A Sagração da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.

Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias indígenas Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta contou à ela como o povo do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é dançada e acompanhada por narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de cosmogonias que a diretora reuniu para montar a dramaturgia do espetáculo.

“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui Deborah, que, com a assessoria de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do livro “Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e também Abraão ganham cenas que destacam momentos de ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência humana: pela autonomia de uma mulher que desperta para caminhos interditados e transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si mesmo”, destaca Nilton Bonder. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também buscou referências na literatura científica.

Foto: Flávio Colker



“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como outros seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a presença das personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no espetáculo. “Nossa dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que pensam a existência da vida em nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, introduziu à partitura instrumental de Stravinsky a sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.

Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de instrumentos de orquestra, o diretor musical adicionou flauta de madeira, maracá, caxixi e tambores. Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos bailarinos. Para dar vida às narrativas e trajetórias do espetáculo, o cenógrafo Gringo Cardia incorpora 170 bambus de 4 metros de altura que simbolizam resistência e flexibilidade.

Criação, Direção e Dramaturgia DEBORAH COLKER


Direção Executiva JOÃO ELIAS

Direção Musical ALEXANDRE ELIAS

Direção de Arte GRINGO CARDIA

Dramaturgia NILTON BONDER

Figurinos CLAUDIA KOPKE

Desenho de Luz BETO BRUEL

Fotografia FLÁVIO COLKER

SERVIÇO

Local: Teatro Gustavo Leite – Centro de Convenções de Maceió
Dias: 03/10 (sexta-feira)
04/10 (sábado)
Abertura da casa: 20h
Horário do espeteáculo: 21h

Classificação indicativa: 10 anos

Valores:

Plateia A: R$ 160,00 (inteira) e R$ 80,00 (meia-entrada)

Plateia B: R$ 140,00 (inteira) e R$ 70,00 (meia-entrada)

Ingresso popular (rosa): R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada)

Mezanino: R$ 120, 00 (inteira) e R$ 60,00 (meia-entrada)

Ingresso popular (rosa): R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada)

Vendas:

Viva Alagoas – Maceió Shopping
Barão 486 • Cantão – Passeio Stella Maris – Jatiúca

Desconto Petrobras: 50% para a força de trabalho mediante apresentação do crachá funcional para a compra de até 2 ingressos.

Desconto Instituto Cultural Vale: 50% para a força de trabalho mediante apresentação do crachá funcional para a compra de até 2 ingressos.

Atenção: O espetáculo contém luzes intensas e efeitos que podem afetar pessoas com epilepsia ou fotossensíveis.

Audiodescrição em todas sessões.