Roteiro cultural
Secult promove oficina cultural gratuita de instrumento de percussão alagoano
Vagas para aprender a fabricar a bizunga são limitadas e preenchidas por ordem de matrícula
Buscando aproximar a comunidade alagoana da cultura musical no campo da percussão, a Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), em parceria com o Museu Théo Brandão, promove uma oficina de confecção do instrumento percussivo da cultura alagoana, conhecido como bizunga. O evento será realizado neste sábado (21), às 9h, no pátio do Museu Théo Brandão, localizado no Centro de Maceió.
Ministrada pelo percussionista e artesão alagoano Wilson Santos, a oficina será gratuita e com as vagas limitadas. Um dos pré-requisitos estabelecidos para os interessados é ter habilidades manuais para artesanato. A inscrição é feita por meio do site Doity, disponível em https://doity.com.br/oficina-de-confeccao-de-bizunga
O objetivo dessa oficina é possibilitar um resgate da bizunga, um instrumento da percussão alagoano que foi criado exclusivamente para o folguedo coco de roda e hoje está em fase de extinção. Uma curiosidade importante é que esse instrumento cultural só existe no estado alagoano. Além disso, a oficina fortalece a identidade cultural afro-alagoana.
“Esse é um instrumento muito importante para a memória cultural alagoana e até mesmo para a valorização das manifestações populares e da memória dos mestres culturais. Queremos fazer com que ele possa soar em outros ambientes musicais para além do coco, para além do pagode. Então, a bizunga, essa cestinha, ela é um patrimônio nosso, é um patrimônio cultural alagoano”, disse Wilson.
O instrumento
Estudos mostram que a bizunga nasceu na região do Quilombo dos Palmares e tem origem nas raízes afro-brasileira e afro-alagoana. Ela foi um dos primeiros instrumentos de percussão a ser utilizado no Coco de Roda alagoano. Além disso, a bizunga é conhecida como “peneira do pagode”, pois a sua forma é semelhante a um caxixi, só que maior. A sua confecção é feita com cipó, coité ou cabaça, sementes e tampinhas de garrafa.
Desde a década de 90 que, na dança do Coco, a bizunga foi substituída pelo pandeiro. Porém, em algumas apresentações exclusivas, com a sua sonoridade única e a forma peculiar de tocar, ela rouba a cena e se torna a protagonista do momento, sendo considerada por muitos artistas culturais como um verdadeiro tesouro cultural.
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