Roteiro cultural
Oficina de tranças e demonstração de roupas africanas trarão a África para a Praça Multieventos
Ancestralidade e representatividade através da moda com a africana Equitania da Silva nesta segunda-feira no Vamos Subir a Serra
A programação de 2023 do já tradicional evento “Vamos Subir a Serra”, que coloca ainda mais em evidência a discussão e valorização da cultura preta no Estado de Alagoas, no mês das comemorações pelo Dia da Consciência Negra, traz uma mistura cultural, com música, culinária, debates, ações formativas e moda e falando em moda, na próxima segunda-feira, na Praça Dandara (Multieventos), às 19h vai acontecer a Oficina de Tranças, com a africana de Guiné-Bissau, radicada em Maceió, Equitania da Silva, do Estudio Afro Guiné-Bissau.
A oficina faz parte das ações formativas e também culturais do eixo “Oficina de Beleza Negra” que conta com outras ações no segmento. Na oficina de tranças, Equitania da Silva, além de contar sobre a relação das tranças com o povo de Guiné-Bissau e de todo o continente africano, já que é uma herança que passa de mãe para filha, também vai embelezar alguns presentes com tranças nagô, de graça.
Mas a beleza preta não se limita as tranças, que vem cada vez mais crescendo a adesão, a moda também vem para expressar a conexão com a ancestralidade e é um ponto forte na representatividade do povo negro. Nesse sentido, Equitania da Silva também fará uma grande demonstração de roupas e acessórios genuinamente africanas, desde o tecido, corte e costura, braceletes, colares e outros, mostrando a imponência da moda africana, moda essa que vestiu e veste reis e rainhas.
“É fantástico para mim estar representando pela terceira vez a África neste evento, nos anos anteriores eu trouxe apenas a experiência com as tranças e toda essa conexão com nossa história, agora vou também poder mostrar através das roupas a força do povo preto, da África e isso é fantástico”, ressalta Equitania da Silva.
A demonstração vai contar com a própria Equitania como modelo, mas também com diversas outras meninas demonstrando looks diferentes, looks esses que são destaque por onde passam, já que além do corte que ressalta quem veste, também esbanjam de cores e elementos que trazem a África na essência.
Apesar de ser uma demonstração, os presentes terão a possibilidade de negociar tanto um modelo de penteado seja nagô, boxbraids, entrelace e tantos outros, assim como as roupas, já que essa também é uma missão do evento, fechamento de negócios para fortalecer o empreendedorismo negro.
Falando em empreendedorismo, O Estúdio Afro Guiné-Bissau, em seu ramo de roupas, tecidos e acessórios, é o primeiro genuinamente africano no Estado de Alagoas, já que a matéria prima é toda importada do continente africano, de diversos países como Guiné-Bissau, seu pais de origem. Em sua grande maioria, as colaboradoras do Estúdio Afro Guiné-Bissau também são africanas que vieram para Alagoas estudar e trazer um pouco da cultura que nos é tão próxima, já que Guiné-Bissau é um país que também fala português.
“Por isso que conseguimos nos identificar muito rápido no Brasil, porque além da nossa língua ser a mesma, estamos no país com a maior população negra do mundo fora da África e Maceió nos abraça de forma muito calorosa, estou aqui desde 2010 e já me sinto em casa e me considerando quase uma alagoana”, brinca a afro-empreendedora.
O Vamos Subir a Serra é realizado pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, uma entidade do movimento negro alagoano, vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs). O evento impulsiona e dá visibilidade à cultura afro-brasileira, bem como atua no fomento ao empreendedorismo afro, quilombola e indígena, expondo as potencialidades, os talentos, as criações, os produtos e serviços da população negra alagoana, que encontra no evento um meio de fortalecer seus trabalhos.
Equitania da Silva
Nascida em Bissau, capital de Guiné-Bissau, a empreendedora chegou no Brasil há cerca de 17 anos. O objetivo era estudar; formou-se em turismo e até trabalhou na área em Florianópolis. Fixou moradia em Alagoas depois que sua filha Esther nasceu. Em 2017, desembarcou em Maceió, mas o mercado na área de turismo não oferecia oportunidades para ela. Um fato triste levou a bissau-guineense ao caminho que a faria conhecida. No ano seguinte, enfrentando dificuldades na vida financeira, resolveu usar a herança de família para sobreviver.
Assim se tornou uma empreendedora e também palestrante, que a pouco expandiu seu negócio para além do cabelo e abriu uma ramificação do Estudio Afro Guiné-Bissau, a Afro Guiné-Bissau Roupas e Acessórios, que fica no bairro do Jacintinho, na rua Itapuã, número 200. Quem quiser conhecer mais o trabalho é só acessar a página do estúdio no Instagram.
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