Política
Parlamentares travam discussão sobre a anistia a golpistas
Para além de votar durante a sessão que se estendeu ao longo da madrugada da última terça-feira (9) para quarta-feira (10), alguns parlamentares alagoanos fizeram questão de se posicionar e reforçar de qual lado estão na pauta de anistia para os golpistas do 8 de janeiro de 2023.
Reivindicando o espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está condenado, preso e inelegível, os deputados Alfredo Gaspar (União) e Fábio Costa (PP), publicaram vídeos em tempo real no momento da aprovação do projeto.
“São 2h30 da manhã e acabamos de votar a redução de pena para todos os processados e condenados no 8 de janeiro. Não foi o texto ideal, mas foi o texto possível. Temos que continuar lutando pela anistia, os verdadeiros bandidos desta nação estão soltos e no poder”, comemorou Alfredo Gaspar em suas redes sociais.
Na mesma linha, e quase com o mesmo texto, o deputado Fábio Costa também gravou. “Nós acabamos de aprovar aqui o texto do PL da redução de penas. Não é o texto ideal, mas é um grande avanço. Agora aproximadamente 3 da manhã, nós finalmente encerramos a votação, que agora segue para o Senado”, disse o delegado.
Ele postou também um vídeo o lado do líder do PL, Sóstenes Cavalcante, que rasgou elogios ao colega e afirmou ter orgulho de ser alagoano como Fábio.
Por outro lado, o MDB fez questão de trabalhar contra. Os deputados federais alagoanos da legenda, Isnaldo Bulhões e Rafael Brito votaram contra o projeto. Em vídeo publicado em suas redes, Rafael afirma que o projeto foi aprovado “Para beneficiar um grupo político específico. Condenado por tentar dar um golpe de Estado e atacar nossa democracia, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que, na prática, beneficia diversos outros criminosos. É um grande retrocesso para todos nós e para a segurança pública. No fim das contas, quem paga o preço é você, cidadão”.
Brito avalia que se a lei começar a valer, ela terá repercussão ampla. “Se esse projeto virar lei, a sensação de impunidade que já é enorme no Brasil vai aumentar ainda mais. Eles criaram uma manobra perigosa que abre as portas para beneficiar não só os golpistas, mas também os condenados por incêndio, coação, crimes contra a administração pública e diversos, muitos outros”.
Em tom provocativo, mas sem citar nomes, o emedebista criticou colegas por uma suposta incoerência. “Tem gente que finge que trabalha pela segurança pública, mas não se enganem. Muitos deles votaram a favor de penas menores para esses criminosos, eu votei contra. Sou totalmente contra essa manobra que coloca a população em risco. Reduzir penas para crimes dessa gravidade não é justiça, é um convite ao caos. Eu reafirmo o meu compromisso, estarei sempre ao lado do Brasil, da segurança pública de verdade, do cidadão de bem e do Estado democrático de direito”.
Ainda durante a tarde de terça-feira (10), antes de o projeto ser votado, o senador Renan Calheiros, presidente do MDB em Alagoas, se manifestou duramente na tribuna do Senado contra o projeto e a tramitação acelerada na casa. “A redução da pena do ex-presidente da república está no próprio texto do relator. Não é emenda não, o próprio texto do relator já traz a redução da pena do ex-presidente da república condenado e preso por tentar dar um golpe de Estado no Brasil. O Senado não pode aceitar passivamente que isso tramite aqui na casa no mesmo dia”.
Horas depois, durante o episódio violento da Mesa Diretora contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL), Renan fez outro pronunciamento. “Lamentavelmente, o deputado Glauber foi retirado à força da mesa, um tumulto maior do que aquele que aconteceu quando da ocupação da mesa de trabalhos, tanto da Câmara quanto aqui do Senado. Os jornalistas na sequência foram retirados do plenário e foram agredidos pela polícia legislativa da Câmara. Isso, senhor presidente, é só uma demonstração do que está acontecendo na outra casa do Congresso Nacional, que se prepara para votar um tema que além de inconstitucional, que é a anistia, dosimetria, divide como está dividindo a Câmara dos deputados e dividirá, se for o caso da sua apreciação a toque de caixa, aqui o Senado Federal”.
Também antes da votação, o deputado Paulão (PT) foi à tribuna da Câmara com uma fala combativa contra o PL. “Será que essa casa vai dar as costas para o povo brasileiro? Para colocar, delinquente, uma organização criminosa, que no 8 de janeiro teve pessoas do plano operacional que foram levadas para aquele processo como manada, mas teve os autores intelectuais. O ex-presidente Bolsonaro, agora preso, o general Braga Neto, o custo mais golpista, o general Augusto Heleno, cria do general Frota e agora quer um processo de anistia. Anistia para bandido? Tenho certeza que a sociedade não quer isso. Até porque pesquisa de opinião na sua ampla maioria é contra a anistia, então espero que essa casa tenha estatura, consiga rever momentos importantes quando eu não era parlamentar ainda, muito jovem, capitaneado pelo Ulisses Guimarães, o nosso deputado constituinte, e essa casa teve a altivez. Vamos honrar a Câmara Federal, vamos honrar o Congresso, não dando anistia para bandidos”.
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