Política
Rui acusa Iprev de perder R$ 117 milhões
Operação da Polícia Federal com prisão do dono do Banco Master reacende debate na Câmara sobre investimentos do instituto
Foi forte o impacto causado em Maceió pela prisão do dono do Banco Master, Daniel Vacaro, na manhã de ontem. Ele foi pego pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos, tentando deixar o país. Na mesma manhã, o banco, do qual esse ano R$ 117 milhões em ações foram compradas pelo Instituto de Previdência de Maceió (Iprev), teve decretada pelo Banco Central a sua liquidação extrajudicial.
A iniciativa de investir nesta instituição financeira vinha sendo questionada pelos vereadores de oposição. Rui Palmeira (PSD) chegou a formalizar denúncia no Ministério Público Estadual (MP/AL), alertando sobre a falta de um Fundo Garantidor de Crédito (FGC), ele se pronunciou reforçando as críticas e questionamentos a JHC (PL).
“O que tudo isso significa? Maceió perdeu os R$ 117 milhões investidos pelo Iprev Maceió. As notícias revelam desdobramentos cada vez mais obscuros. A gestão JHC expôs aposentados e pensionistas a riscos enormes ao aplicar milhões nessa instituição. É uma vergonha para Maceió que a prefeitura tenha se envolvido em um escândalo desse tamanho”, disse ele.
Quase em tom de desabafo, ele lembrou que houve tentativa de desqualificar sua fala. “Fui rotulado de ‘terrorista’ e perseguido por alertar a população sobre o uso indevido do dinheiro público. Mas a verdade sempre aparece. Seguimos ao lado da integridade. Que todos os responsáveis sejam investigados e punidos dentro da lei.
Na Câmara Municipal, a sessão de terça (18), foi marcada por um debate acalorado entre oposição e base aliada de JHC (PL). Palmeira trouxe informações sobre a operação da PF, o envolvimento dos bancos que hoje tem negócios com a Prefeitura de Maceió, e lembrou que fez vários alertas sobre a operação ser arriscada.
“Eu trouxe para cá [Câmara Municipal] informações, era sempre rebatido pelo líder do governo. Eu disse que esse investimento não tinha cobertura do fundo garantidor, não tinha. Eu disse que o máster corria o risco de quebrar, quebrou. Já o líder do governo [vereador Kelmann Vieira, MDB] traz informações que vão na direção oposta. Então, a gente está vendo quem traz para cá informações responsáveis e fidedignas. Infelizmente o Banco Master quebrou esse recurso do Iprev Maceió não tem cobertura do Fundo Garantidor de crédito, e o servidor vai perder R$ 117 milhões”, ressaltou o ex-prefeito de Maceió.
Rui destacou suspeitas sobre a consultoria contratada pelo Iprev que à época já era alvo de investigações da Polícia Federal por indicar investimentos em “letras podres”. “É uma consultoria absolutamente suspeita, investigada pela Polícia Federal, que sugeriu o investimento do Banco Master. Em Maceió, a direção do Iprev não titubeou, fez o investimento e hoje o servidor vai pagar esse preço, já que esses 117 milhões viraram pó”.
Rui explica por que avalia o dinheiro como perdido. “Como é um investimento sem cobertura do Fundo Garantidor, ele vai para uma fila imensa de credores. A questão é que o Master deve ter cerca de R$ 10 bilhões de passivo e tem R$ 30 bilhões, tem R$ 10 bilhões de ativo e R$ 30 bilhões de passivo. Então dificilmente Maceió vai receber um único centavo nessa operação que lesou o servidor aposentado e o pensionista do município de Maceió”.
O Ministério Público foi acionado por Rui Palmeira. “Eu já tive no Ministério Público com o doutor Lean [Araújo, Procurador-Geral de Justiça] fiz um requerimento solicitando providências, mas agora a gente tem de fato prejuízo aos cofres públicos. Eu acredito que agora o Ministério Público vai efetivamente agir, convocar os ex-presidentes do Iprev, que autorizaram, os ex-diretores que autorizaram esse investimento absolutamente irresponsável”.
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