Política

JHC e Renan Filho empatam tecnicamente na disputa pelo Governo de Alagoas

Nova pesquisa mostra empate técnico entre os dois principais nomes da corrida estadual; Renan lidera para o Senado, e Lula segue à frente nacionalmente

Por Thayanne Magalhães 29/10/2025 07h17
JHC e Renan Filho empatam tecnicamente na disputa pelo Governo de Alagoas
JHC e Renan Filho empatam tecnicamente na disputa pelo Governo de Alagoas - Foto: Reprodução

A disputa pelo Governo de Alagoas em 2026 começa acirrada e com sinais de uma campanha polarizada entre dois protagonistas: o prefeito de Maceió, JHC (PL), e o senador e ex-governador Renan Filho (MDB). Levantamento do Instituto Ápice/Política Alagoana, divulgado nesta terça-feira (28), aponta empate técnico entre os dois, com 44,5% das intenções de voto para JHC e 43,6% para Renan Filho. A diferença de 0,9 ponto percentual está dentro da margem de erro de 1,4 ponto, consolidando um cenário de equilíbrio quase milimétrico.

A pesquisa ouviu 5 mil eleitores em 44 municípios alagoanos, entre os dias 15 e 20 de outubro de 2025, e possui nível de confiança de 95%. Os dados mostram que o embate tende a se intensificar nos próximos meses, refletindo um ambiente político dividido entre a força da capital e o peso do interior.

Disputa espontânea


Quando os nomes não são apresentados aos entrevistados, o cenário permanece apertado: JHC tem 41,8%, e Renan Filho, 41,7%. Em seguida aparecem Alfredo Gaspar (3,4%), Luciano Barbosa (0,6%), Ronaldo Lessa (0,5%) e Paulo Dantas (0,5%). Brancos e nulos somam 4,6%, e indecisos, 6,9%.

Na estimulada, JHC mantém ligeira vantagem (44,5%) sobre Renan (43,6%), com brancos/nulos em 4,8% e indecisos em 7,1%.

Rejeição e avaliação do governo


O levantamento também mediu a rejeição dos candidatos. Segundo o Ápice, 37,3% dos eleitores afirmaram que não votariam em Renan Filho de jeito nenhum, enquanto 28,5% disseram o mesmo sobre JHC. Por outro lado, ambos registraram 41,7% de eleitores fiéis, que declararam que votariam com certeza nos dois principais nomes.

A avaliação do governo estadual — que segue sob gestão alinhada ao grupo político de Renan Filho — mostra 44,7% de aprovação e 32,6% de desaprovação. Entre os entrevistados, 15,7% consideram o governo ótimo, 29% bom, 35,4% regular, 8,7% ruim e 8,8% péssimo.

Perfil do eleitorado


A pesquisa revela ainda nuances do comportamento do eleitorado alagoano. JHC tem maior apoio entre as mulheres (43,2%), enquanto Renan Filho lidera entre os homens (41,4%).

Por faixa etária, JHC aparece forte entre os jovens de 25 a 34 anos (53,8%), enquanto Renan domina entre os de 16 a 24 anos (46,6%) e 35 a 44 anos (48,9%).

Regionalmente, Renan Filho lidera no Agreste (47,9%) e no Sertão (47,8%), enquanto JHC desponta na região Leste (45,5%), onde se concentra o eleitorado da capital.

Senado e cenário nacional


Na disputa pelo Senado Federal, o Instituto Ápice também apontou vantagem de Renan Calheiros (MDB), com 25% das intenções de voto, seguido por Alfredo Gaspar (23,8%), Arthur Lira (16,8%), Davi Davino Filho (12,8%), Paulão (9,7%) e Ítalo Bonja (1,7%). Outros 2,8% disseram não votar em nenhum dos nomes, e 7,4% não souberam responder.

No cenário nacional, a Paraná Pesquisas, em levantamento realizado entre os dias 21 e 24 de outubro, mostra o presidente Lula (PT) à frente em todos os cenários de segundo turno testados para 2026. O petista oscila entre 44,7% e 46,7%, enquanto nomes ligados ao PL — como Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Flávio Bolsonaro — aparecem entre 37% e 41,6%. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surge com 40,9% quando enfrentaria Lula.

Disputa aberta


Os números revelam um tabuleiro político em ebulição: JHC busca consolidar sua projeção estadual após dois mandatos na Prefeitura de Maceió, enquanto Renan Filho tenta reconquistar o governo com o peso do MDB e o apoio de seu pai, Renan Calheiros — que, por sua vez, desponta bem posicionado para renovar o mandato no Senado.

Com empate técnico e rejeições equilibradas, o desafio de ambos será ampliar apoios sem perder terreno político. A disputa pelo comando de Alagoas promete ser uma das mais acirradas do Nordeste em 2026 — e um termômetro da disputa nacional entre o campo lulista e o bolsonarismo.