Política

Mercado de Jaraguá tem 60% das lojas fechadas

Governo retoma gestão do equipamento e promete obra de requalificação em seis meses

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 14/10/2025 07h24 - Atualizado em 14/10/2025 10h17
Mercado de Jaraguá tem 60% das lojas fechadas
À frente do Ideral, Davi Maia garante que as obras do Mercado de Jaraguá devem iniciar brevemente e que permissionários estão cientes - Foto: Edilson Omena

O Mercado de Jaraguá, tradicionalmente conhecido por reunir pessoas em torno da comida regional alagoana, deve passar por fortes mudanças nos próximos meses. Após anos sob a gestão do município de Maceió, o espaço volta para as mãos do Governo do Estado e deve passar por uma grande mudança.

Na avaliação dele, o espaço está sendo mal utilizado. “Quem frequenta o Mercado Jaraguá encontra um ambiente inóspito, escuro, sujo. Até às vezes porque a prefeitura não consegue dar qualidade de vida, tem até banheiro lá fechado, e a chave do banheiro fica com o permissionário. Muitas lojas fechadas, lojas que eram pra estar tendo serviço, que eram pra estar gerando emprego, gerando renda, estão fechadas. Eu posso lhe dizer que hoje 60% das lojas do mercado estão fechadas”.

Em entrevista à Tribuna Independente, o diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Alagoas (Ideral), Davi Maia, estima os prazos. “A partir do dia 27 desse mês a gestão passa ser do Governo do Estado e até o final do ano o governador irá dar a ordem de serviço da requalificação”. A expectativa é de que a obra inicie em dezembro, e dure em torno de seis meses, sendo entregue no final do primeiro semestre de 2026.

Durante a obra, o prédio vai ficar fechado, mas o funcionamento será mantido em locais próximos. “Nós estamos negociando com os próprios permissionários, porque eles não podem parar de trabalhar. E aí a gente está estudando duas maneiras de trabalhar tanto na praça, naquela rua fechada ali do lado do mercado, quanto no prédio do Sine que funcionava na frente que também fará parte do projeto do Mercado Jaraguá”, explica.

A promessa é acomodar todo mundo. “Alguns querem ir para o SINE, outros querem ficar na praça, acham que é melhor. Até porque, tem alguns que já funcionam de frente para a praça, e como nós temos vários boxes ali, nós estamos negociando com eles como é que vai ser essa divisão para que todo mundo consiga trabalhar durante a obra”.

Maia explica que há meses há um trabalho de preparação para essa retomada. “Antes de começar o projeto nós fizemos entrevistas com todos os permissionários, absolutamente todos foram escutados. Identificamos problemas como falta de estacionamento, questão da limpeza, da iluminação, questão do arejamento da área, questão da segurança. Depois de discutir fizemos um projeto, contratamos um arquiteto renomado em Alagoas que é o Rodrigo Fagá, porque ali vai ser uma transformação de toda aquela área ali começando pelo Mercado Jaraguá”.

A inspiração para o novo formato, segundo ele, vem de experiências do Sudeste. “A ideia seria o Mercadão de São Paulo e o Mercado de Belo Horizonte. Que o maceioense terá orgulho de frequentar, de fazer suas feiras, onde será oferecido, como já tem lá, mas de uma maneira maior, toda a questão de hortifruti, para que a pessoa vá lá fazer a feira mesmo, que você consiga comprar o seu hortifruti a sua carne, o seu peixe de boa qualidade, de boa procedência e também orgânicos”.

Com a proposta de atrair público local e turistas para o espaço, o presidente do Ideral garante que a ideia é manter as raízes.

“A gente não quer gourmetizar o mercado, não é isso. A gente quer uma coisa bem tradicional, mas que fale muito sobre Alagoas. O Mercado do Jaraguá é conhecido por sua tradição na gastronomia. O café da manhã ali com aquela galinha com cuscuz, a feijoada que é tradicional, que é famosa em Maceió. Mas que seja um ambiente que seja bom para o maceioense, que faça parte da rotina do alagoano e também vai ser bom pro turista também, que o turista chegue ali e tenha um local também de visitação”, diz.

Em junho deste ano, quando o Estado tomou a iniciativa de reivindicar o prédio de volta, houve uma certa resistência por parte da gestão municipal, e alguns debates acalorados na Câmara Municipal. Davi critica essa movimentação. “Na verdade, o que foi feito foi terrorismo. Quiseram utilizar aquelas pessoas politicamente, criar um terrorismo dentro do mercado com os permissionários”.