Política
Ações do governo federal não beneficiam setor da cana-de-açúcar em Alagoas
Por conta do tarifaço dos Estados Unidos aplicado ao Brasil, Fiea espera que medidas anunciadas pela União auxiliem usinas

O setor produtivo de Alagoas segue preocupado com os efeitos que o tarifaço implantado pelos Estados Unidos da América (EUA), aos produtos brasileiros podem ter na economia. Mesmo com as medidas anunciadas pelo presidente Lula (PT) na última quarta-feira (13), incluindo a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões de reais e o adiamento da cobrança de impostos, a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) avalia que o segmento da cana de açúcar, não será contemplado.
Em contato com a reportagem da Tribuna Independente, o presidente da FIEA, José Carlos Lyra de Andrade, afirmou que ainda não é possível avaliar os efeitos na economia local referente às medidas anunciadas pelo Governo Federal para mitigar o impacto do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos.
Segundo ele, a exportação do açúcar foi a mais afetada em Alagoas, que destina cerca de 20% de sua produção ao mercado norte-americano. “Com a nova taxação, a venda para os Estados Unidos se tornou inviável, de acordo com informações repassadas à FIEA por representantes do setor”, disse.
O presidente da FIEA espera que o Governo Federal amplie as medidas, e que assim os produtores da cana possam ter benefícios. “Pelo que foi anunciado até agora, as medidas não beneficiam o segmento, no entanto há a expectativa de que após a regulamentação das medidas anunciadas, seja possível avaliar se irão alcançar de alguma forma as usinas alagoanas”.
Apesar disso, Lyra reconheceu o esforço do governo Lula em manter o diálogo e buscar soluções, seguindo a orientação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas fez a ressalva de que é preciso assegurar que as medidas tenham efetividade para preservar a competitividade da indústria, especialmente em setores estratégicos para a economia local.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar), Pedro Robério de Melo Nogueira, as exportações de açúcar de Alagoas para os Estados Unidos correspondem a 15% do total das exportações em volume, e 20% do valor total.
À Tribuna, no início deste mês, o Sindaçúcar alertou ao governo estadual e aos municípios que a sobretaxa anunciada pelos EUA impacta negativamente na economia, inclusive, apontando possibilidades de perdas de postos de trabalhos em 54 cidades alagoanas que são localizadas nas regiões de plantio e colheita de cana-de-açúcar.
“Esse chamado ‘tarifaço’, anunciado de forma unilateral, ameaça não apenas a sustentabilidade das usinas e dos produtores rurais, mas também impacta negativamente comunidades inteiras que dependem da cadeia sucroalcooleira para sua subsistência As consequências dessa tarifa repercutirão de forma avassaladora na renda setorial com reflexos imediatos na contratação de postos de trabalho, que no nosso setor subtrairá um volume expressivo dos 85 mil postos diretos de trabalho, na circulação da renda nos 54 municípios onde se observa a agricultura canavieira e no fechamento de várias pequenas empresas que compõem a longa cadeia produtiva desse setor nos vários municípios onde atua”, aponta a nota do Sindaçúcar em Alagoas.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, participou da solenidade em que Lula anunciou o pacote de medidas e enalteceu a postura do governo. “Recebemos positivamente pelo fato de contemplar muitas das demandas feitas pelas indústrias, federações e associações setoriais, e também porque englobou dois conceitos básicos: continuar negociando como prioridade e, o segundo, se novas medidas forem necessárias elas serão tomadas”.
Na avaliação da CNI, as medidas apresentadas trarão alívio financeiro em momento crítico para o fluxo de caixa das empresas afetadas, permitindo que elas possam suportar esse momento.
Na semana passada, o governador de Alagoas em exercício, Ronaldo Lessa (PDT) foi a Brasília participar de reuniões com o presidente da república e outras autoridades, em que a pauta era essa preocupação do efeito negativo da sobretaxa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na ocasião, o Governo Federal demonstrou sensibilidade à pauta foi prometido o pacote de medidas, que acabou se concretizando na última quarta-feira (13).
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