Política
Renan defende o MDB como vice de Lula
Senador comenta que possibilidade dessa estratégia ocorrer seria caso vice-presidente seja candidato ao Senado pelo estado de São Paulo
Após cumprir agenda em Arapiraca na última segunda-feira (4), o senador Renan Calheiros (MDB) afirmou que a sua corrente dentro do partido vai trabalhar para firmar uma coligação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de 2026. A meta, segundo ele, é viabilizar que o MDB indique o nome para a vice-presidência — possibilidade que, em sua avaliação, só se abriria caso o atual vice, Geraldo Alckmin (PSB), decida disputar outro cargo pelo estado de São Paulo.
O senador frisou que, mesmo diante de outros caminhos eleitorais para a sigla, considera fundamental fortalecer a aliança com o PT. Para ele, a eventual saída de Alckmin da chapa presidencial abriria espaço para o MDB retomar protagonismo político e teria reflexos diretos na correlação de forças internas.
“Se o Alckmin eventualmente for candidato [ao Senado] em São Paulo, eu acho que abre uma possibilidade muito grande de o MDB indicar o candidato a vice-presidente na chapa do presidente Lula. Mas só vejo essa possibilidade na hipótese da candidatura do vice-presidente Alckmin em São Paulo. E eu acho que indicando o candidato a vice do presidente Lula, reacende a possibilidade de nós ganharmos a convenção do MDB, o que aconteceu pela última vez na reeleição anterior do presidente Lula. Quando nós ganhamos a convenção, derrotamos a cúpula partidária. Naquela oportunidade era presidido pelo ex-presidente Michel Temer, e acho que isso, se houvesse a candidatura do Alckmin, isso pode eventualmente ser reeditado”, disse o senador, em entrevista ao jornalista Luciano Amorim, do Portal 7Segundos.
Renan relembrou que, na disputa presidencial de 2022, mesmo com a candidatura própria da senadora Simone Tebet, conseguiu levar 13 diretórios estaduais a declarar apoio a Lula. Ele avalia que repetir esse movimento em 2026, com o MDB ocupando a vice-presidência, aumentaria a força política da sigla na composição do próximo governo.
DISPUTAS INTERNAS
A convenção nacional do MDB é o momento decisivo para definir o posicionamento da legenda em eleições presidenciais. Na “reeleição anterior de Lula” — referência a 2006 —, a corrente liderada por Renan derrotou a cúpula partidária, então comandada por Michel Temer, e assegurou apoio à candidatura petista. Naquele ano, o movimento foi visto como uma vitória da ala mais alinhada à esquerda dentro do partido, que conseguiu contornar resistências internas e formalizar a aliança.
Segundo Renan, a repetição desse cenário dependeria diretamente da configuração da chapa presidencial. A ausência de Alckmin poderia ser a oportunidade para o MDB ocupar a vice-presidência e, com isso, fortalecer seu peso político no governo.
VICE NO XADREZ ELEITORAL
O atual vice-presidente tem sido cotado para disputar o governo de São Paulo ou até mesmo o Senado em 2026. Caso opte por um desses caminhos, a vaga na chapa de Lula ficaria em aberto, tornando-se alvo de negociações entre partidos aliados. Nesse contexto, o MDB — uma das maiores siglas do país, com capilaridade nacional e histórico de alianças no campo governista — poderia se colocar como alternativa.
Renan enxerga essa possibilidade como estratégica, não apenas para aumentar a influência do partido em um eventual segundo mandato de Lula, mas também para unificar a legenda em torno de uma candidatura competitiva.
Nos bastidores, já foi especulado que o ministro dos Transportes, Renan Filho, seja um dos nomes cotados para a vice-presidência. No entanto, Renan Filho já avisou que pretende voltar a disputar o governo alagoano, caso o prefeito de Maceió, JHC (PL), deixe o cargo no próximo ano para também concorrer ao governo.
DIVISÃO INTERNA
O MDB tem um histórico de divisões sobre qual rumo adotar em eleições presidenciais. Parte da legenda defende a aproximação com Lula, enquanto outra prefere manter independência ou buscar alianças mais ao centro, como ocorreu em 2022, quando o partido lançou Tebet como candidata própria. Para Renan, a união em torno do PT desde o início da campanha é fundamental para evitar rachas internos que fragilizem a atuação da sigla.
A estratégia passa, segundo ele, por chegar à convenção nacional com um projeto definido e apoio consolidado, criando as condições para vencer disputas internas, como ocorreu em 2006. “Indicar o candidato a vice do presidente Lula reacende a possibilidade de nós ganharmos a convenção do MDB”, resumiu.
O Nordeste é uma das regiões onde Lula mantém maior aprovação e onde o MDB tem presença consolidada, especialmente em estados como Alagoas, Maranhão e Ceará. Uma aliança formal entre MDB e PT poderia ampliar a base de apoio do presidente e reforçar a atuação da sigla em redutos estratégicos. Além disso, a indicação de um vice nordestino fortaleceria o discurso de representatividade regional, algo que historicamente pesa nas decisões políticas.
Para Renan Calheiros, a equação é simples: a saída de Alckmin abriria uma janela de oportunidade que o MDB não deveria desperdiçar.
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