Política
Conselho Universitário da Ufal aprecia diplomação de estudantes perseguidos pela ditadura militar
Reparação foi proposta no relatório da Comissão da Verdade e será apreciada na próxima terça-feira (1/4)

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizará, na próxima terça-feira, 1º de abril, às 9 horas, uma sessão ordinária do Conselho Universitário (Consuni), que tem entre as pautas, uma demanda histórica. Nesta ocasião, será apreciado o requerimento das conselheiras docentes Emanuelle Rodrigues e Iracilda Moura, propondo a diplomação póstuma de três estudantes da Ufal, vítimas da ditadura militar: Gastone Beltrão, Dalmo Lins e Manoel Lisboa.
Gastone Lúcia de Carvalho Beltrão, natural de Coruripe/Alagoas, ingressou no curso de Economia da Ufal em 1968, classificando-se em terceiro lugar no vestibular. Militante ativa, integrou a Ação Libertadora Nacional (ALN) e recebeu treinamento de guerrilha em Cuba. Foi executada por agentes do DOPS-SP em 1972.
José Dalmo Guimarães Lins, nascido em Maceió, estudou Direito na Ufal, mas foi expulso devido ao seu envolvimento em atividades consideradas subversivas pelo regime militar. Teve formação política em Cuba e na União Soviética e militou no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de fevereiro de 1971, após seis meses de detenção, onde foi torturado por várias vezes, não conseguindo superar as sequelas das atrocidades sofridas.
Manoel Lisboa de Moura, conhecido como "Galego", nasceu em Maceió e foi um dos fundadores do Partido Comunista Revolucionário (PCR). Participou ativamente do movimento estudantil e foi preso pela primeira vez em 1965. Após ser capturado novamente em 1973, foi torturado e morto sob custódia do regime militar.
A comunidade acadêmica e o público em geral estão convidados a participar desta sessão histórica do Consuni, que ocorrerá na Sala dos Conselhos, na Reitoria, no campus A.C. Simões, em Maceió. Para aqueles que não puderem comparecer presencialmente, a Ufal disponibilizará transmissão ao vivo pelo seu canal oficial no YouTube.
O reitor Josealdo Tonholo reafirma o compromisso da universidade com a memória, a verdade, a justiça e a reparação. “Este ato simbólico representa um passo significativo na valorização da história e na promoção dos direitos humanos, reafirmando o compromisso da Ufal com os princípios democráticos e a defesa intransigente da liberdade e da justiça social!, declara o reitor.
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