Política
Sindicatos iniciam campanha por reajuste
Dezessete categorias planejam mobilização e negociação com a gestão JHC
Os representantes de servidores públicos municipais estão iniciando a campanha por reajuste salarial 2025 em Maceió. Na prática, há dois blocos de sindicatos com pautas e mobilizações separadas, e uma terceira, que é a educação, que tem especificidades e apresentou pauta independente, incluindo 19,8% de reajuste. Até o momento, nenhuma mesa de negociação foi instalada.
Na semana passada, um grupo formado por sete sindicatos realizou uma assembleia no auditório dos Urbanitários e se autointitulou de movimento unificado. Os participantes definiram o percentual de 8% a ser pleiteado e divulgaram que vão para o diálogo com a gestão municipal.
Estavam presentes nessa assembleia o Sindspref (Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana de Alagoas), Sindsaúde Maceió (Sindicato dos Servidores da Secretaria de Saúde do Município de Maceió), Sindacs-AL (Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde de Alagoas), Sindas- AL (Sindicato dos Agentes de Saúde de Alagoas), Sindatran-AL - Sindicato dos Agentes de Trânsito de Alagoas), Sintcomarhp (Sindicato dos Trabalhadores da Companhia Municipal de Recursos Humanos e Patrimônio de Maceió) e Sindguarda-AL (Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Alagoas).
Além dos 8% de reajuste, eles cobram a criação de uma política de valorização salarial anual para a categoria. O presidente do Sindspref, Sidney Lopes, defende que o percentual é compatível com as diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e respeita os limites de despesa com pessoal.
“Vamos enviar para o Município um percentual que garante a recomposição e ganhos reais no salário do servidor. Também queremos uma política de valorização para evitar que muitos servidores tenham como salário base menos que o salário-mínimo, como está acontecendo”, disse.
A base de cálculo foi explicada pelo presidente do Sindsaúde Maceió, Alesandro Fernandes. “Utilizamos a mesma metodologia do Governo Federal, que utiliza a soma do IPC-A do ano anterior (2024), de 4,84%; com o crescimento real do PIB de 2023, que foi 3,2%”, contou.
Em seguida, outro grupo formado por nove sindicatos, todos da saúde, se pronunciou nas redes sociais declarando que não estavam participando do movimento, e marcaram uma assembleia em bloco para o dia 4 de fevereiro, no sindicato dos bancários. Assinam a convocação o Sindicato dos Assistentes Sociais (Saseal), Sindicato dos Enfermeiros (Sineal), Sindicato dos Médicos (Sinmed), Sindicato dos Técnicos em Radiologia e Auxiliares (Sintraeal), Sindicato da Seguridade Social (Sindprev), Sindicato dos Farmaceuticos (Sindfal), Sindicato dos Psicólogos (Sindpsi), Sindicato dos Odontólogos (Soeal) e Sindicato dos Nutricionistas (Sindnut).
Esse segundo não tem ainda um percentual definido, porque ainda vai discutir coletivamente. Segundo Ronaldo Alcântra, presidente do Sindprev, eles tem uma base.
“Ainda não temos percentual, mas temos uma diretriz para levar à assembleia que é a de conquistarmos além da reposição da inflação, um percentual que represente um ganho real. Como a data-base é janeiro, a expectativa é de que o acordo inclua pagamento retroativo. Estamos confiantes na sensibilidade do prefeito JHC e de sua equipe em atender às nossas reivindicações”, destaca.
Educação também apresenta demandas por aumento salarial
Ainda em Maceió, a educação também já iniciou a mobilização por reajuste salarial. Izael Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal), explica que o percentual apresentado pela educação abrange prejuízos que a categoria vem sofrendo.
Na assembleia da categoria, realizada no dia 23 de janeiro, decidiram pedir o reajuste de 19,81%. “Nós temos uma legislação específica, recurso específico. A lei do piso do magistério, por exemplo, é cumprida parcialmente pela gestão municipal de Maceió, porque não aplica na carreira. Há uma defasagem enorme que vem se acumulando ao longo dos anos, que os profissionais da educação sofrem o prejuízo”, disse.
Izael Ribeiro faz críticas à gestão municipal e atribui os resultados recentes à forma que está sendo conduzida.
“Lembrando que Maceió está com péssimos índices na educação, e isso é mais um sintoma de uma gestão proporciona péssimas condições de trabalho, estrutura sucateada e até transporte escolar é inadequado e deficitário. Essa é uma escolha de políticas que dizem buscar melhorias da aprendizagem, mas fazem isso sem diálogo com os educadores e privilegiando estratégias montadas por institutos que não conhecem a realidade. Esperamos que esse ano, que é o início de uma nova gestão, a Prefeitura de Maceió cumpra a promessa de valorizar os servidores públicos e valorizar a educação. Não é à toa que temos o Fundeb, e mais 25% dos impostos do município obrigatoriamente sendo destinados à educação, é porque tem que ser prioridade”.
VERSÃO MUNICIPAL
Em nota enviada à Tribuna Independente, a prefeitura informa que ainda não tem resposta para o Sinteal.
“Quanto à proposta enviada pelos servidores da Educação, a Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas e Patrimônio (Semge) informa que já recebeu e segue analisando o documento junto ao seu corpo técnico”. Já sobre os outros grupos, a gestão afirma que ainda não recebeu a pauta. “O órgão informa que até o momento não recebeu oficialmente a proposta dos servidores, mas destaca que segue dialogando junto aos sindicatos citados”.
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