Em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (7), no Centro Cultural do Sinteal, trabalhadores da educação da rede municipal de Maceió discutiram a realidade atual da categoria e estabeleceram uma pauta prioritária para a campanha salarial de 2025.

Izael Ribeiro, presidente do Sinteal, explica a convocação em novembro. “Este ano estamos nos antecipando para fazer a discussão com a prefeitura. É o início da nossa campanha salarial, porque nós não podemos ficar nessa do município estar aguardando o fechamento do primeiro quadriênio de 2025 para vir resolver a vida dos profissionais da educação e de todo o serviço público. Eles acabam enrolando para levar para o segundo quadriênio. A data-base é em janeiro”.

Ele lembrou também que o reajuste do piso do magistério também deve ser implantado quando o Governo Federal definir. “É para ser feita a atualização do piso do magistério na hora que for publicada, que é em janeiro. Saiu a publicação da portaria ministerial para determinar o piso nacional da educação, que possamos ter essa atualização e buscar pelo realinhamento da carreira dos funcionários de escola, pois é uma vergonha essa situação de muitas pessoas ficarem abaixo do salário mínimo”.

Izael trouxe um resgate histórico da negociação com o município de Maceió. “Quando nós encerramos a nossa greve vitoriosa, quando conseguimos dez por cento de reajuste, diferentemente de outras categorias que não permaneceram na luta até o final. Naquele momento ficaram alguns pontos para serem encaminhados e executados. Nós poderíamos destacar o pagamento do retroativo das titulações, que nós temos processos ainda de 2009. Essas negociações iniciaram com a secretária anterior.

Ele lembrou as pendências processuais. “Durante esse período, tivemos pontualmente que negociar o pagamento efetivo dessas progressões. É uma vergonha pensar que os profissionais que estudaram, tiveram um período para se especializar, acreditando nas suas progressões, acreditando na sua carreira, tenham que estar na situação que estão hoje sem receber seus retroativos, sem receber por aquilo que é, de fato, de direito”.

A direção do Sinteal destacou também que o orçamento do município para 2025 está tramitando na Câmara Municipal, e que nesse momento o sindicato está acompanhando e dialogando com parlamentares para interferir no recurso que está sendo destinado à educação.

A vereadora Teca Nelma (PT) esteve pessoalmente na assembleia e se prontificou a repassar o projeto para o Sinteal analisar, e ser uma porta-voz da educação durante o debate no legislativo. “Será que realmente os servidores públicos serão respeitados com esse orçamento proposto? Já adianto, foi menor do que o orçamento do ano passado. O que é que será proposto para o servidor público? Quais serão as nossas prioridades? Teremos mais concursos públicos na linha desse orçamento aprovado? Ou teremos mais terceirizações e privatizações, e PSS? Não é isso que a gente quer, e eu me coloco aqui à disposição para a gente lutar por transporte de qualidade, melhoria no serviço da educação, mas, especialmente, melhoria para professoras e professores, melhoria para todos os profissionais da educação. A gente tem que falar dos Gigantinhos, o que está acontecendo com a terceirização no nosso município. A gente tem que falar sobre os biênios que estão atrasados, sobre as qualificações que estão atrasadas, sobre a responsabilidade do gestor com os profissionais da educação, que a gente não está vendo serem tratados como prioridade. E eu me coloco aqui ao lado como parceira da comunidade. Podem contar comigo”.

A assembleia foi bastante participativa, com intervenções de pessoas da base trazendo sugestões de ações para a luta. Está marcada para a próxima terça-feira (12), depois de alguns adiamentos por parte da gestão, uma reunião da direção do Sinteal com o secretário de Educação do Município. O Sinteal vai levar a pauta pendente e cobrar a instalação da mesa de negociação 2025.

Também ficou como encaminhamento que o Sinteal vai receber o projeto do Orçamento 2025, analisar com o auxílio de técnicos e levar para discussão com a categoria, que deve ser mobilizada para acompanhar a audiência pública na Câmara Municipal e fazer a luta pelo orçamento da educação.

“Temos o Fundeb, mas no município de Maceió todo ano eles chegam na mesa de negociação afirmando que o Fundeb não é suficiente para pagar a folha da educação. Então é preciso que a prefeitura priorize no orçamento a previsão de investimento para a Educação, ao invés de reduzir o orçamento, como estão fazendo”, disse Izael.