Política
Candidatos à prefeitura consideram saúde em Maceió como prioridade
Área é uma das mais complexas para se resolver, demanda das famílias por serviços é gigante
A saúde municipal é uma das áreas mais sensíveis, sobretudo para a população mais carente, e famílias que vivem em condições de vulnerabilidade e necessitam dos serviços nas unidades e hospitais. É comum, diariamente, reclamações sobre a ausência do Poder Público nos postos de saúde. Nesta edição da Tribuna Independente – 21 e 22 –, os candidatos à Prefeitura de Maceió apresentam as suas propostas que constam em seus Planos de Governo para a saúde.
Concorrem à Prefeitura de Maceió, o prefeito JHC (PL), à reeleição; o deputado federal Rafael Brito (MDB); a jornalista Lenilda Luna (UP); o ex-deputado estadual e ex-vereador Lobão (Solidariedade); e Nina Tenório (PCO). Rony Camelinho (Agir), desistiu da candidatura após ter a sua candidatura impugnada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
As propostas de saúde dos candidatos abordam temas como ampliação do atendimento básico, criação de programas especializados e melhorias nas condições de trabalho dos profissionais de saúde.
AMPLIAÇÃO
O candidato JHC apresenta um plano que visa ampliar tanto o acesso quanto a qualidade dos serviços de saúde em Maceió. Ele propõe a ampliação da cobertura da Atenção Básica por meio do fortalecimento das estratégias de saúde primária, principalmente nas periferias da cidade. Outro ponto central de sua proposta é a extensão do programa Corujão da Saúde, que funcionaria em horários estendidos nos postos de saúde, buscando diminuir as filas e melhorar o atendimento.
No que diz respeito à saúde da mulher, JHC pretende ampliar as campanhas de prevenção e tratamento de câncer feminino, com foco em doenças ginecológicas e de mama. Já a rede de média e alta complexidade seria consolidada com investimentos no Hospital da Cidade, buscando oferecer tratamentos mais avançados.
Outra proposta de destaque é o fortalecimento do programa Remédio em Casa, que distribui medicamentos gratuitos à população. JHC também propõe ampliar os Centros de Acolhimento e Reabilitação para dependentes químicos, garantindo atendimento contínuo para os usuários desses serviços. Na área de saúde animal, o candidato pretende implantar um Hospital Veterinário Municipal, que prestaria atendimento principalmente a animais de famílias de baixa renda e resgatados por organizações de proteção.
CLÍNICAS DA FAMÍLIA
Rafael Brito propõe priorizar a Atenção Primária à Saúde, com foco em grupos específicos como mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Ele planeja construir novas Unidades de Saúde da Família (USFs) e reformar as já existentes para melhorar a estrutura de atendimento.
Entre suas principais propostas está a criação das Clínicas da Família, que ofereceriam atendimento especializado, e o programa TEA-MO, voltado para o cuidado integral de crianças com TEA. Brito também promete garantir o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e ampliar o número de atendimentos, além de construir um novo CAPS na parte alta da cidade.
Outro destaque do programa de Rafael Brito é a criação do programa “Fila Zero”, que teria como objetivo eliminar as filas para consultas, exames e cirurgias. Ele também pretende investir em telemedicina por meio do programa “Tele Saúde Maceió”, que ofereceria teleconsultas e telediagnósticos em várias especialidades.
ATENÇÃO PRIMÁRIA
Lenilda Luna defende uma gestão pública direta do Sistema Único de Saúde (SUS), sem parcerias com o setor privado. Seu programa foca na ampliação da Atenção Primária, buscando a universalização do atendimento através das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e das Equipes de Saúde da Família (ESF), com atenção especial às populações vulneráveis.
Ela propõe fortalecer o trabalho interdisciplinar e multiprofissional nas UBSs e nos ESFs, integrando políticas de saúde com áreas como educação e saneamento básico, visando garantir melhores condições de vida para a população. Além disso, Lenilda sugere a criação de laboratórios municipais para a produção de medicamentos a preços acessíveis, buscando reduzir a dependência da indústria farmacêutica.
A candidata também destaca a importância da participação social na gestão do SUS, através da criação de conselhos e ouvidorias, e propõe a criação de centros especializados para o atendimento de pessoas neurodiversas, como portadores de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).
“Propomos um fortalecimento radical do SUS, com foco na atenção primária e na promoção da saúde integral. Por isso, vamos priorizar a ampliação e fortalecimento da UBS, o postinho em cada comunidade, onde as pessoas podem fazer o acompanhamento da saúde, de forma contínua e preventiva. Para combater os desvios dos recursos públicos, vamos fazer auditoria em todos os contratos da Prefeitura com institutos comandados por vereadores. Nossa proposta é repassar esses recursos para o serviço público”, reforçou a candidata à Tribuna.
Lenilda afirmou ainda que irá realizar concursos públicos para a contratação de profissionais de saúde, valorizando os servidores e garantindo a estabilidade dos empregos.
Lobão defende criação de programas; Nina é a favor da estatização
Lobão, candidato do Solidariedade, propõe tornar a saúde uma prioridade em Maceió, com foco na universalização da Atenção Básica. Ele sugere a criação do Programa “Tem Médico”, inspirado no Mais Médicos, com o objetivo de garantir cobertura integral do Programa Saúde da Família em todas as regiões da cidade.
Entre as propostas de Lobão está a construção de seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), uma para cada região administrativa da capital, e a valorização dos profissionais de saúde por meio de políticas de remuneração justa e capacitação contínua. Ele também planeja criar um complexo multidisciplinar voltado ao atendimento de pessoas com TEA e um laboratório municipal para o desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos, incluindo produtos à base de cannabis medicinal.
À Tribuna Independente, Lobão destacou seu compromisso em melhorar o sistema de saúde da cidade, com foco em garantir acesso à qualidade de atendimento para a população de baixa renda. Ele enfatizou que, apesar de as filas serem inevitáveis, o objetivo é reduzir ao máximo o tempo de espera e melhorar a eficiência dos serviços.
“Vamos proporcionar uma saúde de qualidade e ágil, no que estiver ao nosso alcance”, afirmou. Entre as propostas está a construção do PAM Salgadinho 2, uma unidade com exames sofisticados, como ressonância magnética e tomografia, que atenderá principalmente os mais pobres.
Além disso, Lobão planeja criar o PAM Salgadinho 3, na parte alta da cidade, oferecendo os mesmos serviços que o PAM já existente, mas com foco na ampliação do acesso a exames de imagem. Ele ressaltou que a execução dessas propostas dependerá das condições financeiras em que encontrar a prefeitura. “Eu vou cumprir aquilo que prometer, dentro das possibilidades financeiras”, afirmou, destacando sua postura realista e pragmática.
Lobão também reforçou seu desejo de oferecer à população mais carente tratamentos que atualmente só os mais ricos conseguem acessar.
“Para o nosso povo eu quero o melhor. Para quem já fez doações de cadeiras de rodas, de banho e muletas com recursos próprios, proporcionar tratamentos avançados será um grande prazer”, garantiu. Ele reforçou o compromisso de atuar tanto na prevenção quanto na ampliação de tratamentos especializados e humanizados, sempre com foco em saúde de qualidade para todos.
SERVIÇO ESTATAL
Nina Tenório, do PCO, defende que a saúde pública deve ser totalmente estatal e a serviço dos trabalhadores. Sua proposta rejeita qualquer forma de privatização ou parcerias público-privadas no SUS. Nina propõe que os trabalhadores tenham controle sobre o sistema de saúde, excluindo a gestão burocrática.
Ela afirma que, em todo o país, o SUS é insuficiente para atender às necessidades da população, e, por isso, defende um investimento maciço no setor para garantir saúde gratuita e de qualidade para todos os cidadãos. Além disso, Nina destaca a necessidade de melhores salários para os trabalhadores da saúde e maior controle dos serviços por parte das organizações dos próprios trabalhadores.
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