Política
Ufal só recebeu 15% do que precisa para fechar o ano
Proposta apresentada pelo governo federal frustra grevistas sem avanço salarial nem orçamento necessário para despesas de 2024
Depois da reunião do presidente Lula com os reitores das universidades federais, na última segunda feira (10), as lideranças em Alagoas avaliam o cenário com preocupação. Apesar de reconhecer avanços, ambos entendem que ainda é muito difícil finalizar o movimento de greve nas universidades e institutos federais com o que foi colocado na mesa de negociação.
Para o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, é um começo. “A reunião foi muito interessante, mostra a disponibilidade do Governo Federal de conversar, mas essas ações ainda não são suficientes para garantir o pleno funcionamento e a volta do processo de greve que a gente se encontra hoje”.
Ele explica que o Governo está liberando mais de R$ 270 milhões para ajudar no fechamento do orçamento do ano. “O que para a nossa universidade é uma pequena ajuda de aproximadamente 15% do que a gente está precisando para fechar o ano”.
Tonholo espera novas rodadas. “É um aceno e uma expectativa de que o governo volte a conversar, já que ainda estamos no primeiro semestre e temos um bom tempo pela frente para calcular o fechamento do ano dentro dos limites do orçamento”, disse em contato com a reportagem da Tribuna Independente.
As lideranças sindicais seguem contrariadas. Iracema Maria da Silva, coordenadora de Administração e Finanças do Sindicato dos Trabalhadores da Ufal diz que a categoria não se agradou da resposta governamental.
“O Governo nos deu a proposta que não agradou a categoria. Então, hoje [ontem, 11] vamos levar a nossa contraproposta ao governo, e eu espero que ele atenda essa nossa reivindicação”. Com reunião marcada entre governo e lideranças nacionais dos funcionários não docentes das universidades, as categorias realizaram na tarde de ontem movimentos em todo o país para pressionar.
Em Alagoas, foi feito um protesto em forma de festa junina na entrada do Instituto Federal de Alagoas, que saíram em caminhada até o prédio do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos do Governo Federal, no Centro de Maceió.
FRUSTRAÇÃO
Jailton Lira, presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), explica que a categoria está frustrada com a negociação.
“Na pauta tem três itens que nós pedimos, um deles foi o tema dessa reunião, que é a recomposição dos recursos das universidades. Essa recomposição a Andifes, que é a associação dos reitores, pediu para esse ano R$ 2,5 bi. No entanto o governo anunciou um montante de pouco mais de R$ 700 mi. O resto é para expansão de universidades e criação de novos campis. Ou seja, para manutenção e custeio a diferença é muito pequena. No caso da Ufal, tem uma estimativa de um débito total de fornecedores de R$36 milhões, esse anúncio feito ontem representa R$ 3 milhões, 10% do total. Foi claramente insuficiente.”
Como a maioria dos movimentos grevistas, um dos pontos principais é o reajuste salarial. “A questão salarial é, talvez, junto com a questão da composição orçamentária, nosso maior gargalo”. Ele detalha o que a categoria está reivindicando nesse setor. “A última proposta, que já foi modificada pelo sindicato nacional, o Andes, foi a solicitação de esse ano conceder o INPC (3,69%), mais 9% no ano que vem, que é o que o governo tinha oferecido, e 5,16% em 2026. Só que o governo mantém 0% para esse ano, e ano passado já tinha oferecido 9%, e ao invés do 5,16% eles estão oferecendo 3,5%. Então na verdade tem avançado muito pouco”.
A pauta é extensa, e além da questão salarial e de orçamento há outros pontos que eles reivindicam. “As outras pautas que tem a ver com revogaço de portarias do governo passado também avançaram muito pouco, problemas de progressão, essa história dos reitores que foram nomeados sem fazer parte da lista tríplice. Tem um conjunto de coisas que ficaram pelo caminho”.
AVANÇOS DO GOVERNO
O presidente da Adufal reconhece, no entanto, que comparando com o período anterior houve avanço. “É claro que em relação ao governo passado tivemos avanços, porque nós ficamos seis anos sem reajuste: dois de governo Temer e quatro do governo Bolsonaro, então ficamos sem reajuste esses anos todos. No governo Lula já teve reajuste no ano passado, e esse ano já tinha alguma proposta que o governo faz é que é conta que ele faz, ele está somando de 9% do ano passado para todo mundo junto com esses 9% do ano que vem, mais 3,5% em 2026”.
Mais lidas
-
1Netflix Brasil
Praia de Pituba, em Coruripe, recebeu gravações de reality show
-
2R$ 51 milhões
Bonificação do Governo de Alagoas contempla mais de 21 mil servidores da Educação
-
3Sucesso da Netflix
Terra Indomável é baseada em história real? Entenda o que é verdade e o que é ficção
-
4Excesso
Comer sementes de maçã pode levar à morte?
-
5FUTEBOL
Jovem zagueiro alagoano está sendo monitorado por representante de time croata