Política
Paulão esperava diálogo antes de mudança no Incra
Movimentos de trabalhadores foram pegos de surpresa após decisão de ministro
Menos de uma semana depois de celebrarem a queda de César Lira da superintendência do Instituto de Colonização e Reforma Agrária em Alagoas (Incra), os movimentos organizados de trabalhadores que lutam pela reforma agrária amargaram o anúncio da exoneração do novo superintendente José Ubiratan Rezende Santana, o Bira (um servidor de carreira da casa que tinha o nome sendo defendido pelos movimentos desde o início do governo Lula). Para piorar, foi informado pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que o deputado Arthur Lira (PP), presidente da Câmara e primo de César, será o responsável pela indicação do substituto.
Para o deputado federal Paulão (PT), que lidera a bancada federal alagoana, e que muitas vezes ajudou a intermediação entre os movimentos de Alagoas e o Governo Federal, a medida de exonerar José Ubiratan Rezende Santana, deveria ter sido tomada após diálogo.
“Erra, desta forma, pela segunda vez com os movimentos em Alagoas. Isso porque ao assumir o ministério, ele [Paulo Teixeira] deveria ter mudado o comando do Incra no Estado e em outras praças, porque todos vieram do governo Bolsonaro e fizeram campanha aberta contra o presidente Lula”, avaliou o parlamentar.
O deputado também prevê momentos difíceis nessa relação entre governo e movimentos. “Até porque esse não tinha sido o acordo feito com o ministro. Portanto, estou fora dos problemas que ele enfrentar com os movimentos sociais em Alagoas. Vou torcer para que tudo fique em paz, mas se houver qualquer ruído ele que resolva”, finaliza Paulão em contato com a reportagem da Tribuna Independente.
As lideranças receberam a exoneração com muita revolta. Carlos Lima, da coordenação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), diz que estão avaliando o que será feito. “Nós vimos a exoneração do Bira e a provável nomeação de um superintendente ligado ao presidente da Câmara como uma traição. Em nenhum momento o ministro colocou essa situação. Ficamos surpresos e a ideia nossa é, se isso ocorrer, trocar seis por meia dúzia. Estamos avaliando no conjunto dos movimentos como vamos reagir a essa situação. Mas nas primeiras avaliações é que vamos fazer luta. Não vamos aceitar esse processo”.
Marcos Antônio da Silva, mais conhecido como Marrom, é da coordenação nacional da Frente Nacional de Lutas. Ele fala com indignação sobre o que aconteceu. “Uma atitude covarde do ministro Paulo Teixeira, covarde mesmo o que ele fez, porque não foi esse o combinado com o movimento. Nós estivemos com ele no domingo dia 14 de abril, à noite, de forma virtual. Ele disse que iria exonerar o César Lira, o Bira ia ser nomeado e continuava a negociação”.
Segundo Marrom, eles estavam comemorando o avanço na pauta quando perceberam que não seria bem assim. “Fomos pegos de surpresa com a entrevista dele pedindo desculpa. Uma vergonha. Um ministro de Estado pedindo desculpa ao deputado federal, pedindo desculpa dizendo que o Arthur Lira ia indicar o novo superintendente do Incra. Então, há um clima de revolta por parte do movimento agrário, e o que vier a acontecer agora é culpa do ministro Paulo Teixeira. o movimento não vai ficar calado, não, nós vamos, nós vamos para cima”.
São sete movimentos de trabalhadores rurais sem terra que estão unidos em Alagoas contra a indicação no Incra. São eles: FNL, MST, MTL, CPT, MPL, MSL e Terra livre.
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