Política

Rodrigo Cunha denuncia crime da Braskem na Suíça

Na Assembleia da União Interparlamentar, senador alagoano discursa para 149 países sobre tragédia ambiental

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / com assessoria 27/03/2024 08h50 - Atualizado em 27/03/2024 11h08
Rodrigo Cunha denuncia crime da Braskem na Suíça
Cunha pediu a criação de uma comissão mundial para acompanhar o caso do afundamento de bairros em Maceió causado pela mineradora - Foto: Assessoria

O senador alagoano Rodrigo Cunha (Podemos) participou da 148ª Assembleia da União Interparlamentar (UIP), realizada em Genebra, na Suíça, representando o parlamento brasileiro. Em seu discurso, ele denunciou o crime ambiental praticado pela Braskem em Maceió e pediu a criação de uma comissão mundial para acompanhar o caso.

O evento, que reuniu deputados e senadores dos cinco continentes, serviu para o senador fazer um relato sobre a maior tragédia socioambiental urbana em curso, no mundo. Ele denunciou a mineração predatória, praticada pela Braskem, para representantes de 149 países integrantes da Assembleia.

A fala de Cunha foi feita ontem e nela o senador clamou por atenção mundial para o crime ambiental que vitimou a capital de Alagoas. Cunha solicitou que a União Interparlamentar crie uma comissão específica para acompanhar a tragédia, buscando apoio para a cidade e para as vítimas.

Segundo a assessoria do senador, o evento em Genebra reúne mais de 800 parlamentares de todo o mundo. A UIP, estabelecida em 1889, é a organização política multilateral internacional mais antiga em atuação e contando com 149 Parlamentos nacionais e Assembleias regionais como membros.

“Clamo a comunidade mundial ajuda e apoio para buscar reparação justa para as pessoas que sofrem no Brasil com essa tragédia. E, também, reparação para imenso dano ambiental causado. Assim como também chamo a atenção para somarmos forças e tratar com seriedade as regras ambientais e fortalecer as formas de fiscalização mineral para não seguirmos testemunhando tragédias como esta. Peço que esta União Interparlamentar crie uma comissão e mobilize parlamentares de todo o mundo para acompanhar, de perto e com vigilância, a responsabilização de quem cometeu este crime ambiental sem precedentes”, afirmou Cunha.

No início de se discurso, Rodrigo afirmou buscar levar “para conhecimento do mundo através dos senhores que representam 149 nações aqui presentes o caso da maior tragédia ambiental urbana em curso no mundo. E que infelizmente acontece em Maceió. Milhares de famílias foram obrigadas a deixar seus lares por que a empresa de mineração multinacional Braskem, visando apenas o lucro e esquecendo do cuidado com o meio ambiente e com a sociedade, explorou por mais de 40 anos o mineral sal-gema de maneira indiscriminada”, destacou o parlamentar.

“Esta exploração ocorreu sem as devidas fiscalizações e criando cavernas gigantescas embaixo das casas de 60 mil pessoas sem que elas soubessem. E isso já causou o afundamento de diversos bairros gerando rachaduras nas residências e na vida de milhares de pessoas, além de um dano irreparável para a cidade e para o meio ambiente”, acrescentou Cunha.

Questionado se o senador tinha feito alguma referência ao processo que corre contra a Braskem na Holanda, a assessoria de Rodrigo Cunha disse que “nesta fala em específico, não”; mas garantiu que ele defende a ação na Corte Holandesa, por uma reparação justa às famílias vítimas da mineração em Maceió.