Política

Câmara empurra CEIs da BRK e Braskem para 2024

Responsabilização das duas grandes empresas é crítica recorrente no Legislativo

Por Nigel Santana - editor de política - e Thayanne Magalhães / Tribuna Independente 30/12/2023 08h18 - Atualizado em 30/12/2023 09h11
Câmara empurra CEIs da BRK e Braskem para 2024
João Catunda é o presidente da CEI da BRK e Teca Nelma tem buscado instalar uma comissão para investigar a empresa Braskem - Foto: Sandro Lima e Edilson Omena

A Câmara de Vereadores de Maceió empurrou para 2024 as investigações sobre as responsabilidades nos serviços contra duas gigantes empresas que atuam na capital alagoana: BRK e Braskem. A primeira já tem uma Comissão Especial de Investigação (CEI), é como se chama uma ‘CPI’ no Legislativo Municipal, em andamento, mas que está travada desde o segundo semestre de 2023.

Já a CEI da Braskem, mineradora responsável pelo afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Bebedouro e Farol, é uma iniciativa da vereadora Teca Nelma (PSD), mas que ainda encontra resistências no parlamento para ser instalada. Até o fechamento desta edição, a assessoria da parlamentar confirmou que das nove assinaturas necessárias para instalar a CEI contra a mineradora, apenas sete vereadores colocaram seus nomes em apoio à comissão.

Os vereadores mais resistentes em assinar a criação da CEI da Braskem são integrantes da base de apoio ao prefeito de Maceió, JHC (PL). Nos bastidores da Câmara, as informações mais recorrentes são de que alguns parlamentares não querem Teca Nelma presidente da CEI e que o gestor da capital já está resolvendo a problemática com a Braskem.

BRK

Em 2023, o vereador João Catunda (PP), foi um dos mais críticos à atuação da BRK Ambiental e conseguiu reunir assinaturas o suficiente para instalar a CEI. Um dos principais argumentos para investigar as responsabilidades da empresa eram os transtornos provocados pelas obras intermináveis em vias públicas.

No entanto, após audiências públicas, discursos críticos contra a empresa, críticas da população direcionadas à BRK e a devida defesa dos diretores da BRK, o relatório da Comissão Especial de Investigação não foi apresentado em 2023. E é justamente o relatório de uma CEI que aponta as responsabilidades da empresa.

No parlamento, as cobranças para que a CEI da BRK tenha continuidade são existentes. “Quero mais uma vez cobrar velocidade, concretização na CEI que foi criada da famosa BRK. Precisamos de resposta, precisamos que tragam aqui um desfecho dessa CEI. Porque, pasmem vocês, pessoas envolvidas num crime tão periculoso da cidade de Maceió hoje estão se aproveitando de mais uma inconsequência que a população de Maceió passa, que é essa terrível BRK”, disse a vereadora Silvania Barbosa (MDB).

“A gente não pode fechar os olhos para o que outra empresa está fazendo aqui em Maceió. Infelizmente é uma empresa que tem cobrado, e tem cobrado caro. Nós temos uma das maiores alíquotas do país, a água em Maceió tem o metro cúbico mais caro do que em São Paulo. São coisas que precisam ser explicadas o porquê. Se foi porque estava na questão da licitação, então a gente repactua. O que não pode é a gente, sabendo que é um estado pequeno, que ainda não chegou no desenvolvimento de São Paulo, estar pagando mais caro do que eles”, reclamou a vereadora Olivia Tenório (MDB).

A reportagem da Tribuna Independente tentou, durante a semana, contatos com o presidente da CEI, o vereador João Catunda (PP), mas até o fechamento desta edição, não houve retorno. A reportagem queria saber sobre o andamento dos trabalhos e porque a Comissão está travada há tanto tempo, porém não houve êxito.