Política
Governador diz que PMs serão presos
Paulo Dantas reforça que Corregedoria vai punir militares envolvidos no caso de violência doméstica promovido pelo Dr. JHC
O governador Paulo Dantas (MDB), foi questionado ontem (21), sobre o envolvimento de três policiais militares que supostamente teriam interferido no episódio de agressão sofrida por Isadora Martins, noiva do médico João Holanda Caldas, que durante a campanha eleitoral do ano passado ficou conhecido como “Dr. JHC”, ocorrida no último domingo (19). À imprensa, Paulo Dantas declarou que os militares serão presos e que a Corregedoria da PM já está atuando no caso.
“A Corregedoria da Polícia Militar já está tomando todas as providências e já determinou a prisão de dois policiais militares que estavam naquele momento fazendo uma ação para defender o acusado [Dr. JHC]. Tenham certeza que as providências estão sendo tomadas. Será preso o outro policial militar que sequestrou a vítima [a noiva Isadora Martins], que passou mais de duas horas rodando com a vítima para depois chegar à Central de Flagrantes. O governo não aceita e nem admite homem bater em mulher, marmanjo bater em mulher. Se acontecer isso, será preso e devidamente punido”, garantiu o governador.
Dr. JHC é irmão do prefeito de Maceió, JHC (PL), e no domingo foi conduzido à Central de Flagrantes, na capital alagoana, após sua noiva ter denunciado agressões. Ao ligar para Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), Isadora Martins disse que foi vítima de uma violência doméstica e que teria sido jogada ao chão pelo noivo.
Ao chegar ao local da denúncia, o prédio onde estavam Dr. JHC e Isadora Martins, a policiais militares constaram que o acusado estava trancado em um quarto e que se recusava a sair.
De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência, visivelmente nervosa ela relatou que a porta do quarto estava quebrada, e o noivo estava trancado dentro, impedindo-a de entrar. Isadora desejava pegar seus pertences para deixar o local.
Ao seguir o protocolo de atendimento a vítimas de violência doméstica, a guarnição convocou conduziu Isadora Martins e Dr. JHC, para que fossem à Central de Flagrantes para os procedimentos legais. No entanto, após chegada de policiais militares que supostamente teriam ligações com a Prefeitura de Maceió, a vítima foi requisitada para ir com eles, mas somente chegou à Central cerca de duas horas depois.
Ao ser ouvida em depoimento, Isadora Martins tentou mudar a versão, negando ter sido agredida ou ameaçada pelo noivo, contradizendo o que disse no chamado ao Copom.
Ela rejeitou ainda registrar um boletim de ocorrência e solicitar medidas protetivas, alegando que a situação entre ela e o noivo já “estava resolvida”. Disse, ainda, que acionou as autoridades policiais por conta de “nervosismo do momento” em que teria tido a discussão com o Dr. JHC.
A autoridade policial ofereceu acompanhamento até um local seguro, mas Isadora recusou, manifestando a intenção de pegar seus pertences com seu advogado, pois tinha um voo marcado para Goiás.
Paulo Dantas disse que a Corregedoria da PM vai apurar o que chamou evidência de “sequestro da vítima”, com participação dos policiais militares que já determinou prender. Ele disse ainda que um deputado federal teria chegado à Central de Flagrantes antes de Dr. JHC e Isadora Martins e interferido diretamente no caso. Esse parlamentar seria o Delegado Fábio Costa (PP), que é aliado do prefeito de Maceió.
A reportagem da Tribuna não conseguiu contato com o Dr. JHC nem com Isadora Martins. O espaço segue aberto para o posicionamento de ambos.
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