A recente aquisição do Hospital do Coração pelo prefeito JHC (PL) está agora sob intensa suspeita e escrutínio, após declarações contundentes do ministro, senador licenciado e ex-governador de Alagoas, Renan Filho (MDB),

Ele questionou abertamente, pelas redes sociais, e de forma irônica, a prudência e a transparência da transação, apontando que o valor investido na compra equivaleria ao custo total de três hospitais construídos durante seu mandato como governador.

O questionamento de Renan Filho trouxe à tona discussões fervorosas sobre o uso de recursos públicos na gestão de JHC e, mais amplamente, sobre as escolhas administrativas na área da saúde pública em Maceió. Críticos, agora munidos das palavras do senador, argumentam que a quantidade substancial de recursos poderia ter sido empregada de forma mais estratégica e equitativa, beneficiando uma gama mais ampla da população.

A população, por sua vez, permanece dividida frente à situação. Muitos esperam melhorias tangíveis em serviços de saúde e atendimento médico, enquanto outros, influenciados pela perspectiva de Renan Filho, questionam o valor e a eficácia da aquisição, e preocupam-se com o impacto futuro na distribuição e aplicação de recursos públicos.

A revelação das declarações de Renan Filho sobre a aquisição do Hospital do Coração por JHC instiga novos debates e questionamentos sobre a administração pública de recursos na saúde. Com o cenário político em Maceió acirrado, os próximos passos e desenvolvimentos desta controvérsia serão cruciais para moldar a confiança pública na gestão de JHC e na aplicabilidade sustentável de investimentos em saúde pública.

O desdobramento desta situação deverá evidenciar se a aquisição será, de fato, benéfica para o município de Maceió e se as alegações de Renan Filho terão um impacto duradouro na percepção pública sobre a eficiência e a transparência na gestão dos recursos públicos na cidade.

CHEIRA A DESVIO

Para Renan Filho, a aquisição do Hospital do Coração, por esse preço, cerca de R$ 266 milhões, “cheira a desvio, de recursos da milionária indenização do caso Braskem”.

Recentemente, JHC fez um acordo com a petroquímica para receber R$ 1,7 bilhão como ressarcimento dos prejuízos que a cidade teve com o afundamento de pelo menos cinco bairros, de 2018 para cá.

Segundo o governo do Estado de Alagoas, o Hospital Metropolitano, Hospital do Coração Alagoano e o Hemoal custaram R$ 186 milhões, têm nove salas cirúrgicas e 276 leitos, dos quais 44 são de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), pai de Renan Filho, também alfinetou o prefeito de Maceió após o anúncio da compra do novo hospital.

O emedebista disse que uma pesquisa feita pelo partido apontou que 70% da população da capital alagoana se declarou insatisfeita porque a cidade não tinha hospital próprio. “Duas semanas depois, o prefeito comprou um hospital por quase 300 milhões de reais. É assim, fazendo nossa parte, cumprindo nosso papel na oposição, que nós ajudamos a melhorar a vida das pessoas”, afirmou, em entrevista à imprensa.

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Por sua vez, o prefeito JHC fez questão de comemorar a nova aquisição. Ele não só anunciou a compra do Hospital do Coração, por R$ 266 milhões, como confirmou que a negociação foi feita com recursos oriundos da indenização da Braskem, pelo acidente geológico no município.

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Maceió, o novo hospital municipal de Maceió, que será chamado de Hospital da Cidade, terá 220 leitos e irá atender a diferentes especialidades.

O prefeito JHC disse que assinou protocolo de intenções com o Hospital Albert Einstein, com sede em São Paulo (SP), para auxílio e orientação do planejamento hospitalar e identificação do perfil do hospital e linhas de cuidados que serão ofertados. No entanto, ainda não há previsão de quando esse convênio com o hospital paulistano irá começar.