Política

Cerca de 700 mulheres alagoanas participam da Marcha das Margaridas em Brasília

Por Assessoria 08/08/2023 11h20 - Atualizado em 08/08/2023 16h24
Cerca de 700 mulheres alagoanas participam da Marcha das Margaridas em Brasília
Marcha das Margaridas acontece a cada quatro anos - Foto: Assessoria

Faltam poucos dias para a capital do Brasil receber mais de 100 mil mulheres para a 7ª Marcha das Margaridas nos dias 15 e 16 de agosto de 2023. A maior ação política de mulheres do Brasil e da América Latina com protagonismo das mulheres do campo, da floresta e das águas, e é coordenada nacionalmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e mais 16 organizações parceiras. 

De Alagoas, irão cerca de 700 mulheres do campo e da cidade marchar por direitos. A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares de Alagoas (FETAG/AL) vem mobilizando e fazendo as articulações para que estas participem deste momento histórico. 

A Marcha das Margaridas acontece a cada quatro anos e nesta 7ª edição terá como lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”. Cerca de 700 Margaridas sairão de Alagoas para marchar em Brasília por direitos e contra qualquer tipo de violência sexista. A ‘Marcha das Margaridas’ em Alagoas conta com o apoio do governo do estado de Alagoas.

Raquel Braz, secretária de mulheres da FETAG/AL aponta que políticas públicas para mulheres avançaram a partir da mobilização para organização da Marcha das Margaridas, dando maior visibilidade a luta das mulheres por direitos. “A gente sabe que não tinha secretaria de mulheres e isso foi um conquista nossa. Uma das conquistas da marcha anterior [6ª marcha das margaridas] foi à patrulha ‘Maria da Penha’ junto com a unidade móvel para o enfrentamento à violência contra as mulheres além do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres [Cedim]. Tudo isso foi conquistado através da luta e da mobilização da Marcha das Margaridas. Aqui em Alagoas estamos reativando o fórum estadual de enfrentamento á violência contra a mulher. A Marcha [das Margaridas] é a maior mobilização de massa das mulheres da América Latina e este ano reunirá mais de 100 mil mulheres. Uma das pautas que nós também lutamos é a autonomia financeira para as mulheres agricultoras familiares que beneficiam os produtos da agricultura familiar”, destaca Raquel Braz.

A Pauta da Marcha das Margaridas foi entregue ao governo federal, durante evento com a participação de 13 ministras e ministros de Estado, no Palácio do Planalto, no dia 21 de junho. No mesmo dia foi entregue a Pauta voltada ao Legislativo para o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira.

Os documentos trazem os anseios, os quereres e as prioridades apontadas pelas Margaridas do campo, da floresta e das águas e as propostas estão organizadas em 13 eixos temáticos:

- Democracia participativa e soberania popular;

- Poder e participação política das mulheres;

- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;

- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;

- Proteção da Natureza com justiça ambiental e climática;

- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;

- Democratização do acesso a terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;

- Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;

- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;

- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;

- Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;

- Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;

- Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

INSPIRAÇÃO

A Marcha tem como força inspiradora a luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina e líder sindical, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou, por 12 anos, a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.

Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Alves foi cruelmente assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983.

Seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem cultivado pelas mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. É em nome dessa luta que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas de todos os cantos do País marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.

Mazé Morais, secretária de mulheres da Contag, aponta a importância do legado de Margarida Alves, trabalhadora rural e liderança sindical que deu sua vida pela luta das mulheres do campo. “Em agosto, vamos realizar a 7ª Marcha das Margaridas e de Margarida nos tornamos sementes. Nós nos guiamos pelos princípios do feminismo anticapitalista, antirracista e antipatriarcal. Um feminismo que valoriza a vida, vinculado à defesa da agroecologia, dos territórios, dos bens comuns e da soberania e autodeterminação dos povos”. Mazé Morais disse ainda que nesse ano completam 23 anos de realização da Marcha e 40 anos do assassinato de Margarida Alves.

SERVIÇO:

7ª Marcha das Margaridas - 2023

15 e 16 de agosto de 2023

Dia 15: Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, Brasília/DF

Dia 16: Marcha (Saída do Pavilhão do Parque da Cidade em direção à Esplanada dos Ministérios)