Política
Parlamentares reagem a Romeu Zema
Deputado federal Paulão, deputado estadual Ronaldo Medeiros e senador Rodrigo Cunha discordam da conduta separatista do governador

Repercutiu mal em Alagoas a declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que foi vista como uma tentativa de alimentar uma rivalidade contra o Nordeste e o Norte do país. Parlamentares alagoanos, da esfera federal e estadual, reagiram com preocupação e questionaram as intenções das falas.
O deputado federal Paulão (PT) usou as redes sociais no mesmo dia para falar sobre o tema. “Não será o preconceito, a molecagem, nem a perseguição do governador Zema, contra o povo nordestino que vai nos calar ou nos impedir de avançar na luta por um Brasil para todos. Respeite o Nordeste!”.
À Tribuna, ele foi ainda mais firme. “Quer lacrar, adotou essa postura de bolsonarismo lacração. Existem governadores do Sul e Sudeste que, mesmo sendo oposição, entendem que essa foi uma fala muito fora do contexto. Zema é uma figura inexpressiva, quer aparecer com esse tipo de fala”.
Paulão referenda a fala do ministro Flávio Dino que utilizou a constituição em resposta à iniciativa de Zema. “Está na Constituição, no art 19, que é proibido ‘criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si’”.
Na avaliação de Paulão, a constituição é clara ao falar no respeito não apenas à divisão dos poderes, mas às unidades federativas. “O Brasil nasceu no Nordeste, no estado de Pernambuco e no estado da Bahia”.
Na mesma linha de Paulão, Ronaldo Medeiros (PT) acredita que a fala é uma estratégia eleitoral. “Ele quer ser candidato, quer ocupar o espaço do ex-presidente da república, vem com esse discurso. Um discurso ariano, nazista, que não tem sentido nos tempos atuais, só demonstra o despreparo para futuras pretensões políticas. Quando ele faz isso, tem o grande propósito que é prejudicar o Nordeste, o povo nordestino. Isso ainda é resquício das últimas eleições, infelizmente”.
Defendendo o Nordeste, Medeiros acredita em unidade da nação. “Para algumas pessoas o palanque ainda está armado. A gente tem que repelir esse tipo de afirmação, não soma com o Brasil. O Brasil é um país, uma nação. O povo nordestino é tão brasileiro, ou mais ainda porque o Brasil foi descoberto aqui no Nordeste. Então, a gente tem que desarmar o palanque e pensar em encontrar soluções. Não é isolando o Nordeste que nós vamos ter um Brasil melhor”.
À Tribuna, o senador Rodrigo Cunha (Podemos), destacou que a fala do governador de Minas Gerais foi completamente infeliz. “Zema falava da reforma tributária, mas se enrolou todo, fez uma afirmação descabida e prestou um desserviço ao Brasil. O país passou, e ainda passa, por um tempo de um radicalismo ou de direita, ou de esquerda, que nada constrói. Precisamos de união, não de separação”.
CONSÓRCIO NORDESTE
Defendendo um esforço pelo protagonismo das regiões Sul e Sudeste, a fala de Zema foi uma reação à unidade dos estados do Nordeste. Ainda no domingo (6), o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, uma organização que reúne os governadores do Nordeste, divulgou uma nota reagindo ao tema.
Sem mencionar o nome do autor das declarações, o grupo explica o significado da junção. “O Consórcio Nordeste, assim como o da Amazônia Legal, valendo-se da profunda identidade regional, cultural e histórica, foram criados com o objetivo de fortalecer essas regiões, unindo os estados em torno da cooperação e compartilhamento de melhores práticas e soluções de problemas comuns, buscando contribuir com o desenvolvimento sustentável e a mitigação de nossas desigualdades regionais”.
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