Política
ALE avança no debate sobre canabidiol
De autoria do deputado Ronaldo Medeiros, projeto de lei sobre medicamento tende a permitir que pacientes tenham qualidade de vida
Profissionais de saúde, pesquisadores, políticos e organizações de pacientes neurológicos se reuniram na sexta-feira (4), para discutir a importância do uso medicinal do canabidiol em tratamentos de saúde. Na audiência pública, proposta pelo deputado Ronaldo Medeiros (PT), o foco principal é tirar o estigma de que se trata da defesa do uso de entorpecentes.
“Uma parte da sociedade entende que o canabidiol é a maconha, que a gente está legalizando, e não é isso. É uma droga, como a maioria dos remédios são provenientes de droga. Mas é um remédio hoje que vem sendo utilizado no mundo todo para diversas doenças e com resultados impressionantes. Eu já vi aqui em Alagoas casos como Mal de Parkinson, Alzheimer, ansiedade, depressão e outras doenças que as pessoas passam a ter uma qualidade de vida, uma recuperação bem melhor do que com outras drogas que são caríssimas com outros remédios que são caros”, esclareceu Medeiros.
No cotidiano dos consultórios, o psiquiatra Fredy Mundaka é conhecido por prescrever o tratamento com canabidiol e explica como funciona a substância no organismo.
“Na verdade, ele responde a uma necessidade pontual de procurar um equilíbrio natural do nosso corpo. O canabidiol representa um suplemento que tenta equilibrar o nosso organismo de um jeito natural, procurando a homeostase. Temos um sistema endocanabinoide, um sistema interno fisiológico que tem sido nesses últimos tempos muito estudado. Representa uma resposta à necessidade que a gente tem de equilibrar tantos processos que foram desequilibrados pela pandemia, pelo nosso estresse, pelas condições que a própria vida nos dá a ansiedade insônia”, relata Mundaka.
Um de seus pacientes é o psiquiatra Jimmy Ramos, diagnosticado com TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) desde 2014 e que tem se dado bem com o tratamento.
“Fazia tratamento com algumas medicações estava cansado já, comecei o tratamento com o ‘cbd’ e a resposta foi fantástica. Foi algo muito muito satisfatório. Sinto que as coisas ficaram mais simples, manter a concentração é mais simples, a ansiedade foi o que mais melhorou”.
Comparando com o tratamento anterior, Ramos diz que a principal vantagem é que praticamente não tem efeito colateral.
“Às vezes o que acontece, uma medicação funcionar um determinado tipo de desafio do paciente, por exemplo a concentração, aí essa medicação melhora a concentração, mas gera ansiedade. Então isso de gerar uma outra coisa que é um efeito colateral uma comorbidade dificulta bastante tratamento. A gente conseguir agora uma medicação mais efetiva, mais natural, é uma coisa que faz muita diferença e sem efeito colateral é uma coisa que precisa ser acompanhada por um médico para fazer uma métrica da dose na dose ideal que vai estar contido também ideal”.
A estratégia do deputado Ronaldo Medeiros foi convidar especialistas e pesquisadores que já atuam na área para participar da sessão, e estimular a produção científica. “Queremos ver se a gente consegue aqui junto às universidades que elas aumentem o estudo, as pesquisas, e que algumas comecem a produzir para as pessoas que não têm acesso, que não tem dinheiro”.
A ciência, na concepção do parlamentar, é o caminho para romper com os preconceitos.
“A sociedade em geral tem uma resistência, mas que começa a ser quebrada quando a gente mostra os exemplos. E aí as universidades têm um papel fundamental nisso realizando pesquisa, mostrando para mais pessoas acordarem para os benefícios do canabidiol. Isso é um tema mundial hoje o mundo todo trata do canabidiol com muito assim uma esperança muito grande. Eu vou falar com o Fábio Guedes, da Fapeal, para ele abrir linhas de pesquisa voltadas para esse tipo de medicamento”.
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