Política

Afilhada de Rogério Farias é agredida com chutes e socos na porta do Parque das Flores

Segundo a vítima, agressões aconteceram a mando da prefeita da Barra de Santo Antônio

Por Tribuna Hoje 12/07/2023 21h20 - Atualizado em 13/07/2023 08h10
Afilhada de Rogério Farias é agredida com chutes e socos na porta do Parque das Flores
Marajulia mostra um dos ferimentos causados pela agressão na porta do Parque das Flores - Foto: Edilson Omena

Uma grave agressão física aconteceu na saída do Cemitério Parque das Flores, no bairro do Canaã, em Maceió, envolvendo personalidades políticas da Barra de Santo Antônio. Marajulia dos Santos Lins é afilhada do ex-prefeito da cidade do litoral norte alagoano, Rogério Farias, que faleceu na noite de segunda-feira (10) e foi sepultado nesta quarta-feira (12) no cemitério citado. Com testemunha presente no local, ela foi agredida pela atual secretária de Cultura do município, Eliane dos Santos Melo. Em um depoimento gravado com exclusividade pela reportagem da Tribuna, Marajulia aparece com vários hematomas no rosto após o episódio violento. O tio de Marajulia, que é marido de Eliane, agrediu verbalmente a sobrinha, ou seja, proferiu ameaças à vítima. De acordo com o boletim de ocorrência confeccionado pela Polícia Civil de Alagoas, as agressões aconteceram a mando da atual prefeita da Barra de Santo Antônio, Nívea Karla Alves.

Durante o velório de Rogério Farias, segundo o boletim de ocorrência, Marajulia foi ameaçada pelo seu tio, Paulo Cesar dos Santos Lins, que falou para ela as seguintes palavras: “Lá fora você vai ter o que merece”. Então, na saída do Cemitério Parque das Flores, no final da manhã desta quarta, Marajulia foi agredida pela secretária de Cultura da Barra de Santo Antônio, Eliane dos Santos Melo, com socos, mordidas arranhões e chutes.

Assista ao depoimento de Marajulia:

“Estava saindo com meu carro e Eliane Melo me parou para conversar. Eu desci do carro e já fui agredida por trás pela nora dela”, relata. A vítima conta que foi ao chão e tentou se defender, porém acabou sendo chutada no rosto e no braço por Eliane Melo. Marajulia contou que, desde a noite de terça-feira tinha tomado medicação tranquilizante para comparecer ao sepultamento do seu padrinho, Rogério Farias, e os tranquilizantes estavam ainda fazendo efeito durante a manhã desta quarta-feira.

“Eu só me defendi. Tudo isso foi a mando da prefeita da Barra de Santo Antônio, Nívea Karla Alves. Como a prefeita não pode ir para cima de mim, ela manda alguém da minha família. Isso que aconteceu é inadmissível. Estou assustada. Tenho três filhos e moro na Barra de Santo Antônio. Estou pedindo aos órgãos competentes para que vejam essa situação. Ora, ela é a prefeita do município, não pode estar se sujeitando a fazer isso com uma pessoa que aceitou ser laranja dela na política. Os vereadores se juntaram e a denunciaram. Eu fui ouvida pela Justiça e falei a verdade. Disse que a ajudei sendo laranja. Quando foi agora a chapa dos vereadores de Nívea Karla caiu e nisso criou-se um ódio muito grande de mim porque eu sempre fui verdadeira”, afirmou Marajulia.

Em seu depoimento à reportagem da Tribuna, Marajulia conta que “política não se faz com agressão e mentira”. “Política não se faz usando a família dos outros para acabar com a vida de ninguém. Estou aqui assustada, com o BO [boletim de ocorrência] na mão. O pior de toda essa situação é onde tudo aconteceu: no velório do meu padrinho Rogério Farias. E você, Eliane, não gosta dele e já foi lá para me parar numa caminhada que começou agora. Vocês chegaram lá e não respeitaram nem a memória do meu padrinho, que vocês nunca gostaram dele. Mas lá na frente, a gente vai se resolver nas urnas. Política se resolve nas urnas”, disse Marajulia.

Vereadores cassados em junho

O caso que Marajulia dos Santos se refere no seu depoimento, sobre a queda da chapa dos vereadores de Nívea Karla e o fato de ela ter sido laranja da prefeita aconteceu no mês passado, junho. Em sessão do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral, foram cassados três vereadores da Barra de Santo Antônio. A eleição dos três vereadores, todos do PTB, aconteceu em 2020. Adálio Rios, Robson Santos da Silva e Marinete Santos Silva tiveram os mandatos cassados porque teriam fraudado a cota de gênero do partido nas eleições municipais daquele ano. A decisão declarou nulos todos os votos pelo partido e por seus candidatos, além de determinar nova totalização de votos pela eleição proporcional.

Além da cassação, Marajulia dos Santos Lins e outra mulher, Juliana Quirino da Silva Melo, foram declaradas inelegíveis para os próximos oito anos por abuso de poder político.