Depois da criação da Federação Brasil da Esperança, diferenças ideológicas de membros do Partido Verde (PV) na Câmara Municipal de Maceió têm causado desconforto em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ainda filiada ao PV, a vereadora Gaby Ronalsa já confirma sua saída da legenda
Durante uma sessão na Câmara de Maceió, o vereador Eduardo Canuto (PV), protagonizou uma polêmica por incomodar os petistas com declaração no parlamento em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. À Tribuna, ele garante que não tem pretensão de abandonar a legenda.

“O que eu disse foi que é um absurdo a polícia invadir a casa de um presidente da República por causa de um cartão de vacina, e não por corrupção. O que eu vi foi o presidente de outro partido fazer declaração contra o que eu falei, mas os meus companheiros de partido há mais de 20 anos não me ligaram, não reclamaram, não recebi nenhuma notificação. Permaneço no PV”, destacou o vereador.

Apesar de o PV atualmente fazer parte da Federação Brasil da Esperança, junto com o PT e PCdoB, Eduardo Canuto não se reconhece ligado a outros partidos. “Eu sou do PV Maceió. O que um vereador pode fazer contra uma decisão da nacional de fazer uma federação?”, disse.

Gaby Ronalsa, por exemplo, tem conduzido o seu mandato mais norteado pelas pautas defendidas pela direita, distanciando da linha progressista assumida nacionalmente pela federação responsável pela eleição de Lula (PT) em 2022.

Na semana passada, uma nota da Federação assinada por representantes dos três partidos, incluindo Sandra Menezes, do PV, reforçou o posicionamento favorável à operação da Polícia Federal e contra Bolsonaro.

“O que causou estranheza à direção da Federação foi a postura assumida por dois de seus vereadores, os quais, em sessão realizada na Câmara Municipal de Maceió, não só criticaram as investigações, como também se solidarizaram ao ex-presidente investigado, além de atacar a imagem do presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores, partido integrante dessa Federação”, diz um trecho da nota.

A própria declaração do vereador é rebatida no documento. “Para os incautos, ou por descuido ou por malícia, é bom que se esclareça que o ex-presidente da República não está sendo investigado ‘apenas’ por ter falsificado seu próprio atestado negativo para Covid-19, o que pode ter levado a exposição de altíssimo risco todos os que com ele mantiveram contato, à época, como também crimes que antecedem seu mandato”.