Política

Religiosos da Casa de Ranquines são homenageados na Câmara de Vereadores de Maceió

Honrarias foram propostas pelo vereador Leonardo Dias (PL) e aprovadas por unanimidade

Por Dicom CMM 14/04/2023 18h11
Religiosos da Casa de Ranquines são homenageados na Câmara de Vereadores de Maceió
Sessão solene ocorreu nesta sexta-feira (14) - Foto: Dicom CMM

A Câmara Municipal de Maceió realizou uma sessão solene, nesta sexta-feira (14), para homenagear personalidades do segmento religioso, com atuação destacada, na capital.

O título de Cidadão Benemérito de Maceió foi concedido ao Frei João Maria, da Casa de Ranquines. Já a Comenda Pacificadora da Paz Madre Tereza de Calcutá foi entregue à Irmã Maria Joana de Jesus Compassivo dos Pobres.

A proposição foi feita pelo vereador Leonardo Dias (PL) e aprovada por unanimidade pela Casa. Na tribuna do plenário o parlamentar justificou a concessão das honrarias.

“Acompanhei o trabalho da Casa de Ranquines na pandemia, em Maceió. Eles deram não somente alimento, não somente casa. Eles se colocaram em risco, não pensaram neles próprios, se colocaram a serviço, dia e noite, confiando na providência de Deus, como sempre fizeram. Sou testemunha disso. Enquanto eu estiver vereador, vocês podem ter certeza de que contarão com o meu apoio total para exigir que esses filhos e filhas que vocês acolhem continuem tendo esse acolhimento. Como agente público é uma alegria muito grande poder homenagear dois religiosos, que recebem a homenagem não apesar por serem religiosos, mas por serem pessoas transformadoras da nossa sociedade. Maceió deve muito a vocês”, afirmou.

Comenda

A Comenda Pacificadora da Paz Madre Tereza é destinada à personalidades que contribuíram para a promoção da paz e foi entregue à Irmã Maria Joana de Jesus Compassivo dos Pobres, de 36 anos.

Natural de Marechal Deodoro, ela ajuda aos mais necessitados desde a infância. Principalmente aos que não tinha o que comer. Ingressou aos 13 anos na Sociedade São Vicente de Paula (Vicentinos), onde ficou por 5 anos.

Aos 19, ingressou como freira e cofundadora do Instituto Religioso Servos e Servas dos Pobres de São Vicente de Paula. Atualmente é vice coordenadora da Pastoral Arquidiocesana de Maceió, acadêmica em serviço social e vice-diretora da Casa de Passagem de São Vicente de Paula, que acolhe moradores de rua. Emocionada, ela dedicou a homenagem à própria mãe, in memoriam.

“Vim de uma família muito pobre, mas que me educou muito bem. Hoje sou a mulher que sou por causa daquela mulher que acreditou em mim. Que hoje não está aqui em nosso meio, mas toda educação que eu tenho, tudo aquilo que eu sou como mulher, sou grata à ela. Hoje permaneço na Casa de Ranquines e sou religiosa por causa de Deus. Se você, hoje, não permanece na vida religiosa por causa de Deus, não pode levar aos nossos filhos de rua o prato que levamos. O prato que levamos é 'isca' para poder educar vocês, para poder educar vocês e tornarem vocês os homens e mulheres que são. Vamos continuar a lutar pelos pobres, pois amamos. Continuo indo aos pobres, porque ali encontro a Deus. Mesmo que enfrentemos tantas coisas. Por isso continuamos e acreditamos cada um dos nossos filhos", reiterou.

Título

O título de cidadão benemérito, concedido à pessoas que contribuem para o desenvolvimento de Maceió foi concedido ao frei João Maria, que tem relevantes contribuições aos pobres e marginalizados da capital.

Ele sentiu o chamado divino para servir integralmente à igreja há 12 anos, quando ingressou na Sociedade São Vicente de Paula. É cofundador do Instituto dos Servos dos Pobres de São Vicente de Paula – Casa de Ranquines, criada em 2005.

A obra se inspira na humildade, castidade e obediência, para servir pessoas em vulnerabilidade social. Em 2011, concluiu o curso de teologia pastoral. Hoje, cursa filosofia e serviço social. É também, coordenador arquidiocesano da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Maceió.

“Agradeço, Léo, pelo reconhecimento ao nosso trabalho. Hoje, o homem que eu sou, a pessoa que sou o cristão e cidadão que eu sou, eu devo à Casa de Ranquines. Não tenho direito de falar de mim e sim dessa comunidade que salvou a minha vida. Fui formado por ela. O frei João não seria o homem que é se não fosse pelo trabalho com os pobres. Me sinto realizado, me sinto feliz, me sinto completo naquilo que Deus me chamou a viver. Essa honraria não é minha, mas daqueles que todos aqueles que fazem parte da nossa história. De todos aqueles que colaboraram conosco", concluiu.