Política

Presidente da Assomal critica reunião com o TSE e ataques a Paulo Amorim

Tenente-coronel Olegário Paes discorda de correntes bolsonaristas nas redes sociais e diz que traidor é uma “palavra muito forte”

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 29/11/2022 06h47 - Atualizado em 29/11/2022 15h07
Presidente da Assomal critica reunião com o TSE e ataques a Paulo Amorim
Comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim foi alvo de ataques de apoiadores de Bolsonaro - Foto: Assessoria

O presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), tenente-coronel Olegário Paes criticou a realização da reunião dos comandantes-gerais das policiais militares com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, no último dia 23, que resultou em postagens de ataques aos militares que foram a Brasília, entre eles o comandante-geral da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL), coronel Paulo Amorim, mostrados em reportagem da Tribuna Independente na edição de 26 e 27 de novembro.

O presidente da Assomal também criticou os termos usados contra o comandante da PM/AL.

“A palavra traidor é muito forte, até porque eu não sei o teor do ofício que foi encaminhado para o Comando Geral, também não sei se o presidente do Tribunal Superior Eleitoral obedeceu às vias normais de comunicar ao chefe do Executivo estadual e este designar seu comandante-geral para se fazer presente nessa reunião”, pontua. “Vivemos um momento muito difícil, essas eleições foram muito acirradas, tanto que a polarização ainda está aí. Essas situações, nós temos que olhar com muita serenidade, respeitando sempre as opiniões pessoais, principalmente no campo da política, aquele que apoia o candidato A ou apoia o candidato B. Temos que respeitar as posições”, completa Olegário Paes.

Ele reforça que se ele fosse o comandante-geral da PM/AL e o convite para a reunião tivesse sido feito pelas vias protocolares, deixaria de participar do encontro.

“Eu procuraria ver se esse convite foi feito ao chefe do Executivo para que me autorizasse a participar ou não, até porque a gente deve subordinação ao governador. Assim não sendo, eu declinaria porque passamos por um momento muito difícil. Não me recordo, em nenhum outro pleito, a presidência do TSE fazer uma reunião dessa. E no momento em que estamos vivendo, tudo se torna com conotação política”, diz. “Até porque, visivelmente, essa reunião no TSE, foi muito mais para ter uma imagem do que resolver qualquer coisa futura dos próximos pleitos eleitorais, principalmente segundo o teor da nota do CNCG [Conselho Nacional dos Comandantes Gerais da Polícia Militar], que tinha sido para avaliar as eleições e para cobrir deficiências futuras de logística”, completa.

O tenente-coronel também afirma discordar de que as pessoas em frente ao quartel do Exército em Maceió sejam golpistas.

“Não vejo que aquelas pessoas que se encontram em frente ao 59º BIMtz estejam querendo um golpe. As pessoas estão procurando algumas respostas que, até agora, o próprio TSE não deu. Mas como já falei, a gente respeita as opiniões das pessoas, respeita os posicionamentos”, comenta o presidente da Assomal.

A Tribuna Independente procurou o comando da PM/AL para a edição do último fim de semana, mas ainda não obteve resposta.