Política
Lula diz que, se eleito, vai mexer no orçamento secreto
Ex-presidente e candidato do PT visitou os três estados da região Sul nos últimos três dias. A duas semanas das eleições, campanha tenta esforço para Lula ser eleito no primeiro turno.
O ex-presidente e candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, completou seu giro de campanha pelos estados do Sul do país neste domingo (18), com um comício em Florianópolis. Em discurso, ele afirmou que, se eleito, vai ter que "dar um jeito no Centrão" e mexer no orçamento secreto.
Na sexta-feira (16), Lula participou de atos eleitorais em Porto Alegre e, no sábado (17), em Curitiba.
Na capital de Santa Catarina, Lula subiu em palanque montado na Praça Tancredo Neves, no Centro, em frente à Assembleia Legislativa. Ele estava acompanhado de aliados e correligionários, como o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Em determinado ponto de seu discurso, Lula pediu para a plateia votar em candidatos aliados, porque, segundo ele, vai precisar de ajuda no Congresso caso seja eleito. Foi quando Lula mencionou o Centrão e o orçamento secreto.
Centrão é o nome dado a um grupo informal de partidos na Câmara. São siglas de orientação de direita e de centro-direita que, ao longo dos últimos governos, aliaram-se ao Palácio do Planalto independentemente da ideologia política do presidente da vez. Em troca de dar ao governo governabilidade na Câmara, o Centrão ocupa cargos estratégicos na gestão federal.
Orçamento secreto, por sua vez, é como ficaram conhecidas as emendas de relator. São emendas parlamentares, com recursos previstos no Orçamento da União que não são distribuídos igualmente entre todos os parlamentares — ao contrário das demais emendas (individuais, de bancada ou de comissão).Os repasses ficam, na prática, a critério de conversas informais e acertos com o relator. São consideradas menos transparentes.
"Se a gente ganhar, a gente vai ter que dar um jeito no Centrão, vai ter que mexer no orçamento secreto, vai ter que cumprir o piso da enfermagem, melhorar o piso dos professores", afirmou o ex-presidente.
Em outro momento do comício, o ex-presidente rebateu uma frase habitual de seu adversário na disputa eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro, em uma tentativa de engajar eleitores em torno do patriotismo e da aversão ao que já chamou de "velha política", costuma dizer que seu "partido é o Brasil".
Lula subiu ao palanque com uma bandeira do Brasil e uma do PT para criticar a fala do presidente.
"Normalmente, um fascista que não tem partido político, que nunca organizou partido político, que não gosta do povo, não respeita ninguém, diz o seguinte: 'O meu partido é o Brasil'. E eu queria dizer para ele que o Brasil não é partido, é o nosso país", afirmou Lula.
"Esta bandeira aqui não é bandeira de um partido. É a bandeira de 215 milhões de brasileiros que amam este país", completou.
Este domingo marca a contagem regressiva de 15 dias para as eleições. Nesta reta final, a campanha de Lula vai tentar emplacar o chamado "voto útil". A ideia é convencer eleitores que hoje não votam no ex-presidente, mas que estão insatisfeitos com o presidente Jair Bolsonaro, a votarem no petista.
A campanha de Lula, líder nas pesquisas de intenção de voto, busca a vitória ainda no primeiro turno.
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