Política

Lula afirma que 'não pode dizer que não houve corrupção', admite erros de Dilma e fala em 'pacificar o país'

Candidato do PT foi o terceiro entrevistado na série do Jornal Nacional com os presidenciáveis. Ele ainda chamou o orçamento secreto de 'escárnio'.

Por G1 26/08/2022 01h52
Lula afirma que 'não pode dizer que não houve corrupção', admite erros de Dilma e fala em 'pacificar o país'
Lula no Jornal Nacional - Foto: Reprodução

O ex-presidente e candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira (25) em entrevista ao Jornal Nacional que "não pode dizer que não houve corrupção" na Petrobras em governos petistas. Ele ainda admitiu erros da ex-presidente Dilma Rousseff na economia e disse que quer pacificar o país.

Lula é o terceiro candidato a ser entrevistado nesta semana pelo JN. Na segunda-feira (22), foi o presidente Jair Bolsonaro (PL); na terça (23), o candidato Ciro Gomes (PDT). Nesta sexta-feira (26) é a vez de Simone Tebet (MDB).

Foram convidados os cinco candidatos mais bem colocados na pesquisa divulgada pelo Datafolha em 28 de julho. André Janones (Avante), que estava entre os cinco, retirou a candidatura.

Um sorteio realizado em 1º de agosto com representantes dos partidos definiu as datas e a ordem das entrevistas.

Logo no início da entrevista, Lula foi questionado sobre casos de corrupção na Petrobras durante governos petistas, investigados pela Operação Lava Jato.

Ele lembrou que investigados que fizeram delação premiada confessaram a corrupção. Diante disso, segundo Lula, não há como dizer que não houve irregularidades.

"Deixa eu te falar uma coisa, você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram", disse Lula.

Na sequência, ele criticou o fato de delatores terem tido penas e sanções reduzidas.

"O que é mais grave é que as pessoas confessaram e, por conta das pessoas confessarem ficaram ricos por conta de confessar. Ou seja, foi uma espécie de uma delação premiada. Você não só ganhava liberdade, por falar o que queria o Ministério Público, como você ganhava metade do que você roubou. Ou seja, o roubo foi oficializado pelo Ministério Público", prosseguiu Lula.

Questionado sobre o que fará, caso eleito, para combater a corrupção, Lula disse que é preciso denunciar e punir os culpados.

"Punindo as pessoas, denunciando as pessoas. O que eu acho maravilhoso é denunciar a corrupção. O que é grave é quando a corrupção fica escondida. Por isso que eu acho importante uma imprensa livre. Por isso que eu acho importante uma justiça eficaz. Porque se tiver um problema de corrupção, tem que ser denunciado", declarou o candidato.